Entre os séculos XVII e XIX, circulavam pelo território brasileiro milhares de capitães do mato, muito dos quais eram ex-escravos que se gabavam de conhecer, melhor do que ninguém, o comportamento de um fugitivo. Os quilombos eram associados às piores imagens de aflição (agonia da morte, o esconderijo onde vivem os demônios, o pecado da idolatria), a solução foi conceder a patente de capitão do mato a Santo Antônio. O mais venerado santo, na metrópole e na colônia, durante três séculos emprestou sua divina colaboração em favor da recuperação de escravos fugidos e da destruição de quilombos.
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015 (adaptado). VOT2021
As autoras demonstram que a sociedade escravista colonial justificava a repressão como sendo