Leia o texto.
Vovô Bartolomeu
Vovô Bartolomeu desde manhãzinha que olhava o pardacento céu, enrugando a já bem engelhada testa.
— Vovô, que é que você está a ver no céu?
— Estou vendo uma coisa que você vai ver só, logo no meio-dia, e que a estas horas já chegou lá no sô Luca.
— Que é que tem lá no sô Luca?
— Diga aos homens para trabalhar com pressas, senão você vai ver só: ninguém que para com chuva.
E vovô Bartolomeu entrou arrastadamente na cubata, donde saía um fumo bem de fogueira quente. Ainda o ouvi cantar
— Eh! Eh! Eh! Eh!
— Eh! pessoal! Vamos despachar o serviço. Vovô Bartolomeu disse que vai vir chuva.
E todo o pessoal começou a trabalhar com força, para acabar de recolher o milho, quase para o meio-dia.
A colheita não tinha sido má, e para este ano havia de pagar todas as contas e ainda sobrava dinheiro para dar o alembamento da filha do velho Gonga.
[...]
In: SANTILLI, Maria Aparecida. Estórias africanas: história e antologia.
São Paulo: Ática, 1985, p. 55-7.
O trecho “Vovô Bartolomeu desde manhãzinha que olhava o pardacento céu, enrugando a já bem engelhada testa”, refere-se ao fato de o vovô estar observando a