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Seca d’água
É triste para o Nordeste
o que a natureza fez
mandou 5 anos de seca
uma chuva em cada mês
e agora, em 85
mandou tudo de vez.
A sorte do nordestino
é mesmo de fazer dó
seca sem chuva é ruim
mas seca d’água é pior.
Quando chove brandamente
depressa nasce o capim
dá milho, arroz, feijão
mandioca e amendoim
mas como em 85
até o sapo achou ruim.
[...]
Meus senhores governantes
da nossa grande nação
o flagelo das enchentes
é de cortar o coração
muitas famílias vivendo
sem lar, sem roupa e sem pão.
ASSARÉ, Patativa do. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escritura, 2001, p. 117-118.
Esse é um fragmento do poema Seca d’água, do poeta popular Patativa do Assaré. Nesse fragmento, a relação entre o texto poético e o contexto social se verifica