Brasileiros conscientes diminuem
Apesar de ter mais informações sobre os problemas ambientais, o número de brasileiros que mantém hábitos conscientes de consumo é cada vez menor, segundo pesquisa feita pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Para elaborar o levantamento, divulgado hoje (13), foram feitas entrevistas com mil consumidores de 70 cidades, incluindo nove regiões metropolitanas. Entre elas, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Salvador.
De acordo com o levantamento, 57% dos entrevistados mantêm hábitos que levam em consideração a preservação do meio ambiente. Em 2007, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez, esse percentual era de 65%. A queda desse grupo refletiu desde a escolha de produtos ecologicamente corretos nas gôndolas dos mercados, a preocupação em verificar se os produtos adquiridos eram geneticamente modificados ou transgênicos, até a reciclagem do lixo e a preocupação em fechar a torneira ao escovar os dentes.
A pesquisa também mostrou queda no número de brasileiros preocupados com o desperdício, revelando que, enquanto em 2007, 76% dos entrevistados verificavam os armários e a geladeira antes de fazer compras, este ano 72% disseram manter essa prática.
Para o economista Christian Travassos, da Fecomércio-RJ, em alguns casos, o custo mais alto de produtos ecologicamente corretos inibe a adesão de parte dos consumidores ao grupo do consumo consciente. “O órgão mais sensível do consumidor é o bolso e ele pondera, na hora do mercadinho, ‘o orgânico é muito legal e ético, mas não tenho condições de comprar’. Não é uma questão estática porque o governo tem condições de incentivar o ‘mais verde’ e ‘ecologicamente correto’ via dedução de impostos e deduções fiscais”, disse Travassos, lembrando que, “muitos hábitos não envolvem custos”, mas a boa vontade do consumidor, como a seleção de lixo dentro de casa e o reaproveitamento do óleo de cozinha.
A pesquisa mostrou ainda que os consumidores estão menos preocupados com a saúde. De acordo com o levantamento, 25% dos entrevistados deste ano afirmaram que não verificam a data de validade do produto comprado (em 2007, eram 22%) e 72% disseram que checavam se a embalagem do produto estava danificada. A preocupação com a embalagem foi revelada por 78% dos entrevistados há quatro anos.
O resultado das entrevistas mostrou que entre as mulheres, os idosos e a classe A e B estão o maior número de pessoas conscientes em relação aos hábitos de consumo. Os dados apontam, por exemplo, que 91% dos brasileiros de terceira idade fecham a torneira ao escovar os dentes (apenas 81% dos jovens cultivam este hábito). Em relação à prática de separar o lixo para reciclagem a relação é de 54% dos idosos contra 37% de jovens.
“Ao mesmo tempo, nossa leitura dos dados tem que considerar que cada vez mais jovens e crianças estão tendo contato com referenciais ecológicos e educação ambiental. Provavelmente, se hoje os idosos e as mulheres têm um cuidado maior com o ambiente, isso não significa que nós não tenhamos, no futuro breve, pessoas entre 24 e 30 anos com uma postura diferente. A grade curricular de muitas escolas aborda os temas e isso é uma tendência para os próximos anos ser confirmada”, avaliou Travassos.
A pesquisa sobre consumo saudável vem sendo realizada anualmente, desde 2007, em 70 cidades brasileiras, pela Fecomércio-RJ, e a empresa de pesquisa Ipsos.
Por Carolina Gonçalves fonte: www.jb.com.br
Converse com a turma sobre o tema abordado no texto acima, comente com os alunos a questão da conscientização das pessoas para minimizar as ações predatórias que nós, seres humanos praticamos. Investigue através de perguntas sobre os hábitos cotidianos dos alunos em relação a pequenas ações que ajudam na preservação do meio ambiente. Peça a turma que pesquisem sobre esse assunto em revistas, jornais e sites. Disponibilize um tempo para trocarem as informações coletadas. Amplie a discussão em direção a ideias que possam contribuir para a melhoria do meio ambiente em sua escola, em sua casa, bairro e cidade.
Proponha aos alunos que realizem uma campanha dentro da escola. As campanhas geralmente utilizam-se de cartazes para propagar uma mensagem. Peça que façam cartazes aliando a arte e materiais reciclados, ou seja, que não usem nenhum material novo, somente aproveitamento de materiais como embalagens. Como por exemplo, eles poderão usar como suporte papelões de caixas, para as letras tampinhas de garrafas plásticas, anéis de latinha de alumínio, para enfeitar ou formar desenhos eles poderão usar latinhas recortadas, caixinhas, embalagens de remédios, sobras de papéis, e qualquer material de descarte que geralmente vem embrulhando os produtos que compramos.
É importante também, elaborarem uma campanha que desenvolva um bom conceito, ou seja, ajude a turma a pensar na mensagem que querem transmitir para a comunidade escolar, de forma que ela seja clara, curta e criativa. Cada cartaz poderá abordar uma ação que pode ser feita em relação a melhoria do meio ambiente na escola, como a economia de energia, como destinar o lixo, economia de água, um lanche escolar mais saudável e com menos embalagens, etc.
Espalhe os cartazes depois de prontos pela escola e depois de um tempo reúna os alunos para avaliarem se a campanha teve efeito positivo na escola.