Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado.
A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra.
Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado, também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que anteriormente.
RUBIÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1974.
Murilo Rubião é um expoente da narrativa fantástica na literatura brasileira. No fragmento, a singularidade do modo como o autor explora o absurdo manifesta-se no(a)
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A certa personagem desvanecida
Um soneto começo em vosso gabo*:
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo;
A sexta vá também desta maneira:
Na sétima entro já com grã** canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais
Gabando‐vos a vós, e eu fico um rei.
Nesta vida um soneto já ditei;
Se desta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
Gregório de Matos
*louvor **grande
Tipo zero
Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
Quando você penetra num salão
E se mistura com a multidão
Você se torna um tipo destacado
Desconfiado todo mundo fica
Que o seu tipo não se classifica
Você passa a ser um tipo desclassificado
Eu até hoje nunca vi nenhum
Tipo vulgar tão fora do comum
Que fosse um tipo tão observado
Você ficou agora convencido
Que o seu tipo já está batido
Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado
Noel Rosa
(FUVEST 2020 1º FASE) O soneto de Gregório de Matos e o samba de Noel Rosa, embora distantes na forma e no tempo, aproximam‐se por ironizarem
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(UNIFESP) Nobel winner Malala opens school for Syrian refugees
Sylvia Westall
July 13, 2015
Bekaa Valley, Lebanon
Malala Yousafzai, the youngest winner of the Nobel Peace Prize, celebrated her 18th birthday in Lebanon on Sunday by opening a school for Syrian refugee girls and called on world leaders to invest in “books not bullets”. Malala became a symbol of defiance after she was shot on a school bus in Pakistan in 2012 by the Taliban for advocating girls’ rights to education. She continued campaigning and won the Nobel in 2014.
“I decided to be in Lebanon because I believe that the voices of the Syrian refugees need to be heard and they have been ignored for so long,” Malala told Reuters in a schoolroom decorated with drawings of butterflies. The Malala Fund, a non-profit organization that supports local education projects, provided most of the funding for the school, set up by Lebanon’s Kayany Foundation in the Bekaa Valley, close to the Syrian border. The Kayany Foundation, established by Syrian Nora Joumblatt in response to Syria’s refugee crisis, has already completed three other new schools to give free education to Syrian children in Lebanon. The Malala school can welcome up to 200 girls aged 14 to 18.
“Today on my first day as an adult, on behalf of the world’s children, I demand of leaders we 1must invest in books 2instead of bullets,” Malala said in a speech. Lebanon is home to at
least 1.2 million of the 4 million refugees that have fled Syria’s war to neighboring countries. There are about 500,000 Syrian school-age children in Lebanon, but only a fifth are in formal education. “We are in danger of losing generations of young Syrian girls due to the lack of education,” Joumblatt said in a speech at the opening of the school. “Desperate and displaced Syrians are increasingly seeing early marriage as a way to secure the social and financial future of their daughters. We need to provide an alternative: Keep young girls in school instead of being pressured into wedlock.”
Lebanon, which allows informal settlements on land rented by refugees, says it can no longer cope with the influx from Syria’s four-year conflict. More than one in four people living in Lebanon is a refugee. The United Nations says the number of Syrian refugees in neighboring countries is expected to reach 4.27 million by the end of the year. “In Lebanon as well as in Jordan, an increasing number of refugees are being turned back at the border,” Malala said. “This is inhuman and this is shameful.”
Her father Ziauddin said he was proud she was carrying on her activism into adulthood. “This is the mission we have taken for the last 8-9 years. A small moment for the education of girls in Swat Valley: it is spreading now all over the world,” he said.
(www.reuters.com. Adaptado.)
A expressão “instead of” (ref. 2) indica uma ideia de: