Explicaê

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Texto I

    A alfândega é um departamento localizado dentro dos aeroportos que fiscaliza e controla a entrada e a saída de mercadorias de um país. Este departamento também é responsável pelos tributos cobrados por essas mesmas mercadorias.

    No Brasil, as alfândegas são de responsabilidade da Receita Federal e os objetos que chegam ao país são classificados e taxados de acordo com o valor declarado pelo comprador. Os agentes do local podem abrir os pacotes se notarem alguma anormalidade no processo de escaneamento e cobrar multas se o valor declarado for diferente do real.

    Existem alfandegas em 15 estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Bahia. Acesse o site da Receita Federal e veja os núcleos disponíveis.

Disponível em: https://konkero.com.br. Acesso em 20 ago. 2020.


Texto II


Alfândega


O que pude oferecer sem mácula foi

meu choro por beleza ou cansaço,

um dente exraizado,

o preconceito favorável a todas as formas

do barroco na música e o Rio de Janeiro

que visitei uma vez e me deixou suspensa.

‘Não serve’, disseram. E exigiram

a língua estrangeira que não aprendi,

o registro do meu diploma extraviado

no Ministério da Educação, mais taxa sobre vaidade

nas formas aparente, inusitada e capciosa – no que

estavam certos – porém dá-se que inusitados e capciosos

foram seus modos de detectar vaidades.

Todas as vezes que eu pedia desculpas diziam:

‘Faz-se de educado e humilde, por presunção’,

e oneravam os impostos, sendo que o navio partiu

enquanto nos confundíamos.

Quando agarrei meu dente e minha viagem ao Rio,

pronto a chorar de cansaço, consumaram:

‘Fica o bem de raiz pra pagar a fiança’.

Deixei meu dente.

Agora só tenho três reféns sem mácula.


PRADO, A. Disponível em: https://www.culturagenial.com. Acesso em 25 ago. 2020.


Alfândega é um dos poemas do livro “Bagagem”, de Adélia Prado. Na composição do poema, as sensações parecem elencadas ao acaso, movidas por um fluxo de consciência que traz à tona emoções, de forma não-linear. Ao final do poema o sujeito poético chega a uma conclusão inusitada:

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