Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem
[horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo.
(FUVEST 2016 1° FASE) No texto de Drummond, o eu lírico
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa - Fundamental | 9.03 Poema e Prosa
Texto base: .
Enunciado:
Literatura de Cordel é, como qualquer outra forma artística, uma manifestação cultural. Por meio da escrita são transmitidas as cantigas, os poemas e as histórias do povo — pelo próprio povo. O nome de Cordel teve origem em Portugal, onde os livretos, antigamente, eram expostos em barbantes, como roupas no varal. As primeiras manifestações da literatura popular no ocidente ocorreram por volta do século XII. Como é uma manifestação muito mais cultural do que intelectual, destaca-se em regiões onde a cultura é mais valorizada e esboçada. Aqui no Brasil, as principais regiões envolvidas na Literatura de Cordel são a Nordeste e a Sul.
Fonte: http://www.lendo.org/o-que-e-literatura-de-cordel-autores-obras/– 11/6/2011 – adaptado.
Viola, Verso e Canção...
A cantoria é cultura
Espalha nesse mundo
Educando em um segundo
Sem precisar formatura
O poeta tem candura
Fala da vida e da dor
Da tristeza e do amor
Das coisas do coração
Viola, verso e canção
São armas de um cantador
Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/cordel/1840791 – 11/6/2011 – adaptado.
Candura – Fig. Inocência, pureza; ingenuidade.
Tipo Textual é a forma como um texto se apresenta. Entre os vários Tipos Textuais na Língua Portuguesa, temos:
• a Narração, que é a modalidade em que se conta um fato ocorrido num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens em objetos do mundo real. O tempo verbal predominante é o passado;
e
• a Descrição, que, por sua vez, faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode até descrever sensações ou sentimentos. O objetivo é uma descrição minuciosa do objeto ou do personagem a que o texto se refere.
Observando o poema Viola, Verso e Canção, baseado nesses dois modelos de tipos textuais, em qual deles o poema está inserido? JUSTIFIQUE a sua resposta
- Arte - Fundamental | 12. Arte Moderna
13. Texto base: .
Enunciado:
Os primeiros artistas da videoarte foram o alemão Wolf Vostell e o coreano Nam June Paik, ambos integrantes do Grupo Fluxus, no final da década de 1960. Até então, o vídeo era utilizado apenas para fins comerciais, como treinamento em empresas ou para televisão. Os artistas do Fluxus procuravam utilizar novos suportes e, dessa maneira, viram na possibilidade de recorrer ao audiovisual eletrônico criar uma “contra-televisão”, assimilando o meio e subvertendo seu uso mais frequente. Nesse início da videoarte, o alto preço dos equipamentos limitou essa linguagem a artistas de países desenvolvidos, onde o acesso à tecnologia era menos custoso.
No Brasil, o vídeo enfrentou dificuldades para ser incorporado às artes, o que ocorreu aos poucos ao longo da década de 1970. A presença do audiovisual nas artes plásticas brasileiras ocorria desde o fim da década anterior, impulsionada pelo experimentalismo presente no cinema nacional da época, especialmente no Cinema Novo. No entanto, as produções utilizavam super-8 ou película cinematográfica, e não suportes eletrônicos, como no caso do “Quase-cinema”, que Hélio Oiticica realizou junto com o cineasta Neville D’Almeida. No início dos anos 70, algumas iniciativas isoladas com esse suporte foram registradas, sendo considerado um dos primeiros vídeos produzidos no Brasil o “M 3x3”, realizado pela coreógrafa Analívia Cordeiro (filha de Waldemar Cordeiro), com o auxílio da TV Cultura, em 1973. O artista Antonio Dias, que morava na Itália, havia utilizado o vídeo anteriormente, mas não em território nacional.
No entanto, somente em 1974 pode-se afirmar que surgiu uma geração de artistas nacionais que contava frequentemente com esse suporte. Foi o ano em que o Institute of Contemporary Art, da Universidade da Pensilvânia, coordenou uma representação brasileira na exposição Vídeo Art, contando com a participação dos artistas do Rio de Janeiro – Ana Bella Geiger, Ângelo de Aquino, Sônia Andrade, Ivens Olinto Machado e Fernando Cocchiarale - que, dispondo do portapack (equipamento de filmagem em preto-e-branco da Sony) de Jom Azulay, conseguiram finalizar seus vídeos e enviá-los à exposição.
Nos anos seguintes, o empenho do Professor Walter Zanini, então diretor do MAC-USP, foi fundamental para a consolidação da videoarte no Brasil. O museu adquiriu um portapack colocado à disposição de um grupo cada vez mais extenso: Regina Silveira, Gabriel Borba Filho, Jonier Marin, Carmela Gross, Marcelo Nitsche, Júlio Plaza, Gastão Magalhães Flávio Pons e Sônia Andrade. Formou-se assim, o Espaço B, um núcleo para a produção de audiovisuais. Foram também realizadas exposições importantes como a Vídeo Art (mostra homônima a dos Estados Unidos, em 1975) e a Vídeo MAC (com a participação dos artistas do Espaço B, em 1977). Com a saída de Zanini do MAC, em 1978, o núcleo foi fechado, encerrando-se um ciclo de incentivo e consolidação da videoarte. Nesse mesmo ano, um evento realizado no MIS, o I Encontro Internacional de Vídeo Arte, possibilitaria uma amostra da principal produção realizada no Brasil até então.
Carol Aguiar [bolsista]
Daisy Peccinini [coordernadora]
http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo5/videoarte/videoarte.html
Converse com os alunos sobre esse tema, e sugira que pesquisem sobre a videoarte em livros, revistas, jornais e sites. Abra um espaço para compartilharem as informações descobertas.
Proponha que façam um videoarte que conte a história dessa manifestação artística. Para a elaboração dessa atividade eles poderão incluir vídeos ou trechos de vídeos de alguns artistas que pertencem a esse tipo de arte. No site Youtube existem vários videoartes disponíveis, se for necessário promova uma aula para assistirem a esses videoartes antes da elaboração da atividade, e também para escolher os fragmentos que irão incluir no trabalho.
- Química | 3.4 Propriedades Físicas dos Compostos Orgânicos
(UNICENTRO)
Para atenuar os efeitos nocivos do excesso de radiação solar, é aconselhável o uso de protetores solares, a exemplo do 2-hidróxi-4-metóxi-benzofenona, representado pela fórmula estrutural. Considerando-se essas informações, é correto afirmar:
- Literatura | 5.1 Pré-Modernismo
Recordações do escrivão Isaías Caminha
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e [5] antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Se me esforço por fazê-lo literário é para que ele possa ser lido, pois quero falar das minhas dores e dos meus sofrimentos ao espírito geral e no seu interesse, com a linguagem acessível a ele. É esse o meu propósito, o meu único propósito. Não nego que para isso tenha procurado modelos e normas. Procurei-os, confesso; e, agora mesmo, ao alcance [10] das mãos, tenho os autores que mais amo. (...) Confesso que os leio, que os estudo, que procuro descobrir nos grandes romancistas o segredo de fazer. Mas não é a ambição literária que me move ao procurar esse dom misterioso para animar e fazer viver estas pálidas Recordações.
Com elas, queria modificar a opinião dos meus concidadãos, obrigá-los a pensar de outro modo, a não se encherem de hostilidade e má vontade quando encontrarem na vida um rapaz como [15] eu e com os desejos que tinha há dez anos passados. Tento mostrar que são legítimos e, se não merecedores de apoio, pelo menos dignos de indiferença.
Entretanto, quantas dores, quantas angústias! Vivo aqui só, isto é, sem relações intelectuais de qualquer ordem. Cercam-me dois ou três bacharéis idiotas e um médico mezinheiro, repletos de orgulho de suas cartas que sabe Deus como tiraram. (...) Entretanto, se eu amanhã lhes fosse [20] falar neste livro - que espanto! que sarcasmo! que crítica desanimadora não fariam. Depois que se foi o doutor Graciliano, excepcionalmente simples e esquecido de sua carta apergaminhada, nada digo das minhas leituras, não falo das minhas lucubrações intelectuais a ninguém, e minha mulher, quando me demoro escrevendo pela noite afora, grita-me do quarto:
- Vem dormir, Isaías! Deixa esse relatório para amanhã!
[25] De forma que não tenho por onde aferir se as minhas Recordações preenchem o fim a que as destino; se a minha inabilidade literária está prejudicando completamente o seu pensamento.
Que tortura! E não é só isso: envergonho-me por esta ou aquela passagem em que me acho, em que me dispo em frente de desconhecidos, como uma mulher pública... Sofro assim de tantos modos, por causa desta obra, que julgo que esse mal-estar, com que às vezes acordo, vem dela, [30] unicamente dela. Quero abandoná-la; mas não posso absolutamente. De manhã, ao almoço, na coletoria, na botica, jantando, banhando-me, só penso nela. À noite, quando todos em casa se vão recolhendo, insensivelmente aproximo-me da mesa e escrevo furiosamente.
Estou no sexto capítulo e ainda não me preocupei em fazê-la pública, anunciar e arranjar um bom recebimento dos detentores da opinião nacional. Que ela tenha a sorte que merecer, mas que possa também, [35] amanhã ou daqui a séculos, despertar um escritor mais hábil que a refaça e que diga o que não pude nem soube dizer.
(...) Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti lá dentro. Eu que sofri e pensei não o sei narrar. Já por duas vezes, tentei escrever; mas, relendo a página, achei-a incolor, comum, e, sobretudo, pouco expressiva do que eu de fato tinha sentido.
LIMA BARRETO Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010
Na descrição de sua situação e de seus sentimentos, o narrador utiliza diversos recursos coesivos, dentre eles o da adição.
O fragmento do texto que exemplifica o recurso da adição está em:
- Matemática | 15.3 Circunferência
(PUC-SP) Num determinado sistema de eixos cartesianos ortogonais, as interseções das curvas de equações y = x2 e x + y - 2 = 0 são as extremidades de um diâmetro de uma circunferência cuja equação é: