(UNISINOS) “A ditadura brasileira, assim como qualquer outra, não está desvinculada da sociedade. Ao contrário, constituiu-se e organizou-se em função de referências nela enraizadas. É, antes de tudo, seu produto. A permanência do regime militar por tantos anos não se explicaria, exclusiva nem fundamentalmente, devido à repressão, à tortura, à censura, ao arbítrio, etc., e sim por relações de identidade, afinidade, consenso e consentimento – de variados matizes e que se alteraram ao longo do tempo –, de parcelas expressivas da sociedade com ideias, valores e propostas ao regime”
(ROLLEMBERG, Denise. Prefácio. In: CORDEIRO, Janaína Martins. Direitas em movimento. Rio de Janeiro: FGV, 2009, p. 15).
O estudo do período da história brasileira recente (1964-1985), governado por presidentes militares (generais do Exército), passa por uma importante revisão. Não é mais possível pensar que os militares agiram sozinhos. Também não é mais possível pensar que os civis foram submetidos pelos militares contra a sua vontade. Nenhum regime se impõe apenas pela força, como bem lembra a historiadora Denise Rollemberg.
Qual(is) dos fatos abaixo comprova(m) essas afirmações?
I. Não existe memória positiva sobre o regime militar, já que os militares executaram seu projeto de modernização conservadora do país com o intuito mal disfarçado de prejudicar significativos setores sociais.
II. Importantes setores sociais organizados respaldaram o golpe de 31 de março de 1964 e deram sustentação política aos governos que se instalaram desde então.
III. A chamada “resistência” ao golpe foi numericamente insignificante no âmbito das principais forças políticas do país, na conjuntura do acontecimento.
Sobre os fatos acima, é correto afirmar que: