[1] É somente nos meados do século XIX, com
Varnhagen, que a língua do Brasil assume contornos de
problema de interesse nacional e, concomitantemente, passa a
[4] constituir objeto de cogitação, para registro de uma realidade
já consistente e documentável. Varnhagen afirma a unidade de
língua nos dois domínios — o que, a seu ver, justificava o
[7] estudo dos clássicos e a impossibilidade de separação das duas
literaturas —, mas ressalta, todavia, a diversificação da língua
falada, notadamente na prosódia e no léxico, o que atribui ao
[10] acastelhanamento do português na América. A caracterização
da língua do Brasil como um português diferenciado —
esboçada em Varnhagen — representa, entre outros aspectos,
[13] uma das posições que delimitarão os debates em torno da
língua até o final do século XIX.
Edith Pimentel Pinto (Org.). O português do Brasil – textos críticos e teóricos – 1820-1920: fontes para a teoria e a história. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978, p. XVI-XIX (com adaptações).
Acerca do texto acima e dos temas por ele suscitados, julgue o item a seguir.
Fortemente assinalado pela difusão do ideal nacionalista no mundo ocidental, o século XIX assistiu, no Brasil, nas décadas que se seguiram à Independência, ao processo de constituição e consolidação do Estado nacional, paralelamente ao esforço para assegurar a integridade territorial e forjar uma identidade nacional brasileira, que teria na língua portuguesa um de seus pilares.