Os grilos machos são responsáveis por aquele canto interminável e quase uniforme que interrompe o silêncio noturno e é componente sonoro indispensável nesse ambiente. Não se trata, na verdade, de um canto, mas, da execução de um “instrumento” localizado nas suas asas anteriores. Eles friccionam essas asas, uma sobre a outra, em um movimento ultrarrápido, produzindo os sons característicos, um silvo ora alto e estridente, ora muito suave, com o objetivo de cortejarem a fêmea. Essa musicalidade deve-se a um arranjo especial das veias das asas anteriores dos grilos machos. Esse arranjo das veias, que formam numerosos sulcos, é semelhante a um reco-reco, denominado lima. Os seus prolongamentos recebem o nome de cordas e, acima destas, as veias encerram um espaço chamado espéculo. Entre a lima, as cordas e o espéculo, existe um espaço relativamente triangular, que, por ser semelhante a uma harpa, é designado por esse termo. Todos esses elementos estão identificados na figura acima. Com o atrito das asas, a lima gera as ondas, as cordas vibram, a harpa propaga o som emitido e o espéculo atua como amplificador.
Sara S. Reis, Suzana S. Reis, C.E.E Souza e R. G. Martins Neto. Paleocomportamento: a história evolutiva da musicalidade dos grilos. XXIX Semana de Biologia e XI Mostra Científica-UFJF.
Considerando o texto e a figura acima bem como as características morfofisiológicas dos grilos, julgue o item
Nas veias das asas anteriores dos grilos machos, circula um líquido que contém células cujo citoplasma é rico em proteínas transportadoras de O2.