Clara dos Anjos Veio o dia da festa; a pequena casa r

Clara dos Anjos

Veio o dia da festa; a pequena casa regurgitava; – coisa curiosa – havia mais convidados de idade meã que moças e rapazes. Isto se explicava pela estreiteza de relações de Clara e dos seus pais, devido à vida que levavam. Entre as moças, havia duas ou três colegas de Clara, a filha de Lafões, uma sobrinha solteirona, Hermengarda, de Dona Engrácia, e poucas mais. Entre os rapazes, havia dois jovens colegas de Joaquim, Sabino e Honório; um irmão de Hermengarda e um afilhado de Lafões, que era vigia do cais do porto. Em compensação, as senhoras mães de família eram inúmeras. Destacava-se muito Dona Margarida Weber Pestana, pelo seu ar varonil, tendo sempre ao lado o filho único, de catorze anos, fardado com uma fardeta de colegial. Tinha, essa senhora, um temperamento de heroína doméstica. Viera muito cedo para o Brasil, com o pai, que era alemão; ela, porém, havia nascido em Riga, russa portanto, como sua mãe o era. Antes dos dezesseis anos, ficara órfã de mãe. Seu pai imigrara para o Brasil, contratado a trabalhar no acabamento das obras da Candelária. Era estucador, marmorista, um pouco escultor; enfim, um operário fino, para essas obras especiais de revestimento e decoração interna de edifícios suntuosos.

BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. São Paulo: Martin Claret, 2003. p.50. Fragmento.

Assinale a alternativa em que o narrador usa o recurso expressivo da comparação.

“... ela, porém, havia nascido em Riga, russa portanto, como sua mãe...”

“... enfim, um operário fino, para essas obras especiais de revestimento...”

“... tendo sempre ao seu lado o filho único, de cartoze anos, fardado...”

“... um irmão de Hermengarda e um afilhado de lafões, que era vigia...”

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