Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes. Eles eram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro.
– A “mui leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”.
Piraiaguara fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da cidade e da Baía da Guanabara.
Os outros botos zombavam dele:
– Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a Baía? Heroica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!
HETZEL, B. Piraiaguara. São Paulo: Ática, 2000. p. 16-20.
No trecho “Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a Baía?”, os pontos de interrogação foram usados para