Explicaê

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(UEPB) O crime se tomou banal, a vida não vale quase nada. Ser assaltado é quase natural não só em bairros ditos perigosos ou nas grandes cidades, mas também no interior, onde se perdeu a velha noção de segurança. Em São Paulo, os arrastões são tão comuns que em alguns restaurantes o cliente é recebido por seguranças armados e com coletes à prova de bala, que nos acompanham até a mesa sempre olhando para os lados. Pessoas inocentes são chacinadas em vários locais do espaço urbano. Morar em casa é considerado loucura. Recomenda-se que moremos em edifícios: “mais seguros” será? Hoje a população vive apavorada, está nas mãos de criminosos, frequentemente impunes. Lei de responsabilidade criminal só depois de 18 anos. Jovens monstros, assassinos frios, sem remorso, drogados, saem para matar porque deu vontade e depois vão beber num bar, jogar na lan house, curtir no Facebook com cara de bons meninos. Num artifício semântico insensato e cruel, se apanhados, não os devemos chamar de assassinos: são infratores, mesmo que tenham violentado, torturado e matado (...). Estamos indefesos e apavorados, nas mãos do acaso. Até quando?

(LUFT, Lya – Revista Veja. 24 de abril 2013.

O texto reflete a violência vivenciada pela população no espaço geográfico brasileiro. Essa radiografia não é exclusiva das grandes cidades. Hoje, é disseminada pelo interior, onde grupos criminosos vão procurando novos territórios. Com base na leitura do texto e em seus conhecimentos sobre o tema, analise as proposições e identifique a alternativa correta.

I. A violência urbana se expressa através de níveis cada vez mais elevados de criminalidade, da sujeição frequente ao domínio de instintos selvagens e bárbaros, do crime organizado em torno do tráfico de drogas, dos atos despidos de qualquer civilidade. A população do bem se encontra exposta à mercê da bandidagem e das instituições fracas e corrompidas, nas quais a autoridade social se encontra desacreditada.

II. A violência está enraizada no próprio processo histórico brasileiro, desde os primórdios da colonização. À medida que as cidades passaram a inchar de forma caótica e desordenada sem nenhum planejamento, vários problemas sociais urbanos ocuparam seus espaços.

III. Fazemos parte de um sistema econômico que mais exclui do que inclui as pessoas. Esse sistema aliena os trabalhadores do produto do seu trabalho e por outro lado estimula ao máximo o consumismo, através de canais disponibilizados pela mídia e a cultura de massa. 

IV. Jovens excitados pelo apelo do consumismo, sem perspectivas materiais e sociais, muitos também por índole, abandonados pelo poder público que não investe o suficiente em políticas educacionais, culturais e de emprego, veem abrir-se diante de seus olhos o universo do crime organizado que lhes proporciona tudo o que desejam. Esse mundo, a princípio fascinante, oferece apenas uma vida perdida, sem dignidade, mergulhada numa sida de vícios, na prática de uma violência desenfreada que acaba ceifando sua própria vida e da população.

Estão corretas:

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