Texto base: Analise o gráfico a seguir que representa os resultados do número de batimentos cardíacos por minuto em dois testes de caminhada de seis minutos (teste 1 e teste 2) com uma mesma pessoa. As medições do número de batimentos por minuto (bpm) foram realizadas antes do início da caminhada (repouso) e no 2º, 4º e 6º minutos de caminhada.
A partir da análise do gráfico, explique a diferença entre o número de bpm em repouso e após o início da atividade física.
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | 1.1 Tipologia e Gênero Textual
Texto
Duelo antes da noite
[1] No caminho a menina pegou uma pedra e
atirou-a longe, o mais que pôde. O menino
puxava a sua mão e reclamava da vagareza da
menina. Deviam chegar até a baixa noite a
[5] Encantado, e o menino sabia que ele era
responsável pela menina e deveria manter uma
disciplina. Que garota chata, ele pensou. Se eu
fosse Deus, não teria criado as garotas, seria
tudo homem igual a Deus. A menina sentia-se
[10] puxada, reclamada, e por isso emitia uns sons de
ódio: graças a Deus que eu não preciso dormir
no mesmo quarto que você, graças a Deus que
eu não vou morar nunca mais com você. Vamos
e não resmunga, exclamou o menino. E o sol já
[15] não estava sumindo? Isso nenhum dos dois
perguntava porque estavam absortos na raiva de
cada um. A estrada era de terra e por ela poucos
passavam. Nem o menino nem a menina
notavam que o sol começava a se pôr e que os
[20] verdes dos matos se enchiam cada vez mais de
sombras. Quando chegassem a Encantado o
menino poria ela no Opala do prefeito e ela
nunca mais apareceria. Ele não gosta de mim,
pensou a menina cheia de gana. Ele deve estar
[25] pensando: o mundo deveria ser feito só de
homens, as meninas são umas chatas. O menino
cuspiu na areia seca. A menina pisou sobre a
saliva dele e fez assim com o pé para apagar o
cuspe.
[30] Até que ficou evidente a noite. E o menino
disse a gente não vai parar até chegar em
Encantado, agora eu proíbo que você olhe pros
lados, que se atrase. A menina não queria chorar
e prendia-se por dentro porque deixar arrebentar
[35] uma lágrima numa hora dessas é mostrar muita
fraqueza, é mostrar-se muito menina. E na curva
da estrada começaram a aparecer muitos
caminhões apinhados de soldados e a menina
não se conteve de curiosidade. Para onde vão
[40] esses soldados? — ela balbuciou. O menino
respondeu ríspido. Agora é hora apenas de
caminhar, de não fazer perguntas, caminha! A
menina pensou eu vou parar, fingir que torci o
pé, eu vou parar. E parou. O menino sacudiu-a
[45] pelos ombros até deixá-la numa vertigem
escura. Depois que a sua visão voltou a adquirir
o lugar de tudo, ela explodiu chamando-o de
covarde. Os soldados continuavam a passar em
caminhões paquidérmicos. E ela não chorava,
[50] apenas um único soluço seco. O menino gritou
então que ela era uma chata, que ele a deixaria
sozinha na estrada que estava de saco cheio de
cuidar de um traste igual a ela, que se ela não
soubesse o que significa traste, que pode ter
[55] certeza que é um negócio muito ruim. A menina
fez uma careta e tremeu de fúria. Você é o
culpado de tudo isso, a menina gritou. Você é o
único culpado de tudo isso. Os soldados
continuavam a passar.
[60] Começou a cair o frio e a menina tiritou
balançando os cabelos molhados, mas o menino
dizia se você parar eu te deixo na beira da
estrada, no meio do caminho, você não é nada
minha, não é minha irmã, não é minha vizinha,
[65] não é nada.
E Encantado era ainda a alguns lerdos
quilômetros. A menina sentiu que seria bom se o
encantado chegasse logo para se ver livre do
menino. Entraria no Opala e não olharia uma
[70] única vez pra trás para se despedir daquele
chato.
Encantado apareceu e tudo foi como o
combinado. Doze e meia da noite e o
Opala esperava a menina parado na frente da
[75] igreja. Os dois se aproximaram do Opala tão
devagarinho que nem pareciam crianças. O
motorista bigodudo abriu a porta traseira e
falou: pode entrar, senhorita. Senhorita... o
menino repetia para ele mesmo. A menina se
[80] sentou no banco traseiro. Quando o carro
começou a andar, ela falou bem baixinho: eu
acho que vou virar a cabeça e olhar pra ele com
uma cara de nojo, vou sim, vou olhar. E olhou.
Mas o menino sorria. E a menina não resistiu e
[85] sorriu também. E os dois sentiram o mesmo nó
no peito.
(NOLL, João Gilberto. In: Romances e contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 690-692. Texto adaptado.)
Reflita sobre o primeiro enunciado do texto: “No caminho a menina pegou uma pedra e atirou-a longe, o mais que pôde” (linhas 1-2). Atente ao que se diz sobre as possibilidades de leitura desse excerto autorizadas pelo texto. (Não esqueça que o trecho, por ser extraído de uma obra literária, pode abrir-se para mais de uma leitura.)
I. Nível concreto de leitura: Uma criança (no caso, uma menina) apanhou um cascalho provavelmente da estrada e esforçou-se para atirá-lo o mais longe possível.
II. Nível abstrato de leitura (i): O ato de atirar a pedra o mais longe possível metaforiza o desejo da menina de estar longe do menino ou reagir às suas atitudes contra ela.
III. Nível abstrato de leitura (ii): A pedra jogada pela menina representa o cansaço de muito andar por uma estrada difícil sem nunca chegar ao destino almejado.
Está correto o que se diz apenas em
- Geografia - Fundamental | 01.1. A paisagem e seus elementos
A formação do solo.
- Biologia | 11.6 Sistema Endócrino
O hormônio aldosterona, produzido pela região cortical das glândulas suprarrenais, aumenta a absorção do íon Na+ pelos túbulos renais. Quanto menor a concentração desse íon nos líquidos extracelulares, maior é a produção de aldosterona.
Em um experimento para analisar o funcionamento dos túbulos renais, alguns pacientes foram submetidos a quatro diferentes dietas alimentares. Os resultados obtidos estão indicados no gráfico abaixo, no qual a barra I corresponde à taxa de absorção de água em um paciente com valor normal de concentração extracelular de Na+.
A barra que indica o resultado correspondente a um paciente submetido a uma rígida dieta de restrição de NaCl é a de número:
- Filosofia | 6. Temática
“Em Genebra, a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, ainda destacou as ‘noites aterrorizantes e sem sono que as pessoas passam ao ar livre, enquanto os ataques aéreos continuam’. Segundo ela, o uso por Israel de armas explosivas com efeitos em áreas extensas densamente povoadas causou grandes danos à infraestrutura civil e perda de vidas civis e podem configurar uma violação do direito internacional humanitário. A representante da ONU ainda ressaltou que as pessoas são forçadas a se abrigar em condições cada vez mais precárias; superlotadas, com saneamento deficiente e água potável insegura, trazendo o espectro de um surto de doenças. [...] Ravina Shamdasani destacou que a punição coletiva é um crime de guerra. A punição coletiva de Israel contra toda a população de Gaza deve cessar imediatamente. O uso de linguagem desumanizante contra os palestinos também deve ser interrompido.”
(ONU News. Moradores de Gaza estão encurralados com bombardeios nas rotas de evacuação. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2023/10/1822532. Adaptado.)
Na passagem acima, está pressuposta uma concepção filosófica moderna da universalização da condição humana.
Quanto à guerra, essa concepção se expressa da seguinte forma:
- Geografia | 6.1 Agricultura
Texto 1
A água sai de Cabrobó
Parnamirim, Salgueiro
Até Jati
Deixe o rio desaguar doutor
Pra acabar
Com o sofrimento daqui
O São Francisco
Com sua transposição
No meu Nordeste
O progresso vai chegar
[...]
Na contramão
O meu sertão não vai ficar
(Aracílio Araújo. “Deixe o rio desaguar”. www.letras.mus.br.)
Texto 2
Os vazanteiros, que fazem horticultura no leito dos rios que perdem fluxo durante o ano, serão os primeiros a serem totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: “a cultura de vazante já era”, postergando a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade em relação aos espaços irrigáveis a serem implantados com a transposição. De imediato, porém, serão os proprietários absenteístas1 da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, o que agregará ainda mais valor às suas terras.
(Aziz N. Ab’Sáber. “A quem serve a transposição das águas do São Francisco?”. CartaCapital, 22.03.2011. Adaptado.)
1 absenteísmo: sistema de exploração da terra em que o proprietário
confia sua administração a intermediários, empreiteiros, rendeiros ou
feitores.