Leia a seguir a narração de uma cerimônia de investidura.
Na sexta-feira [7 de abril] foram de novo prestadas homenagens ao conde, as quais eram feitas por essa ordem, em expressão de fidelidade e garantia. Primeiro prestaram homenagem desta maneira: o conde perguntou se ele desejava tornar-se o seu homem, sem reservas. E ele respondeu: “quero”. Então tendo juntado as mãos, colocou-as entre as mãos do conde e aliaram-se por um beijo. Em segundo lugar, aquele que havia prestado homenagem jurou fidelidade ao conde com essas palavras: “Comprometo-me por minha fé a ser fiel daqui por diante ao conde Guilherme e a cumprir integralmente a minha homenagem, de boa-fé e sem prejuízo, contra todos”. E em terceiro lugar jurou o mesmo sobre as relíquias dos santos. Finalmente, com uma varinha que segurava na mão, o conde deu a investidura a todos aqueles que, por este fato, tinham prestado lealdade, homenagem e juramento.
BRUGENSIS, Galbertus. In: ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1976. p.172-173.
Vocabulário:
Relíquias: no texto, objetos que pertenceram aos santos.
A cerimônia acima:
Questões relacionadas
- Arte - Fundamental | 09. Dança Contemporânea
Dança contemporânea é o nome dado para uma determinada forma de dança de concerto do século XX.
Ballet Contemporâneo
O Ballet Contemporâneo foi criado no início do século e ainda preserva o uso das pontas e gestuais muito próximos do Ballet Clássico. Nesse estilo de dança as coreografias diferem do método clássico por não mais haver uma história que siga uma sequência de fatos lógicos, mas sim aqueles passos tradicionais fortemente misturados com sentimentos. As roupas usadas no Ballet Contemporâneo são, geralmente, collants e malhas, que dão maior liberdade de movimento aos bailarinos. É o estilo que vem antes da Dança Moderna, esta sim que esquecerá os passos clássicos, dando mais ênfase aos movimentos do corpo.
A dança contemporânea passou a trazer à discussão o papel de outras áreas artísticas na dança, como vídeo, música, fotografia, artes plásticas, performance, cultura digital e softwares específicos, que permitem alterações do que se entende como movimento, tornando movimentos reais em virtuais ou vice-versa. Surgindo, a partir de então, vertentes como a videodança, tornando mais híbridas as relações entre as diferentes áreas da dança.
A dança moderna modificou drasticamente as "posições-base" do ballet clássico, além de tirar as sapatilhas das bailarinas e parar de controlar seu peso. Ela mantém, no entanto, a estrutura do ballet, fazendo uso de diagonais e da dança conjunta. A dança contemporânea busca uma ruptura total com o balé, chegando às vezes até mesmo a deixar de lado a estética: o que importa é a transmissão de sentimentos, ideias, conceitos. Solos de improvisação são bastante frequentes.]]
A composição de uma trilha para um espetáculo de dança contemporânea implica diversos outros fatores além da própria composição musical.
A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la.
Esse tipo de dança modificou o espaço, usando não só o palco como local de referência. Sua técnica é tão abrangente que não delimita os utensílios usados. O corpo, pesquisando suas diagonais, não delimita estilos de roupas, músicas, espaço ou movimento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Anna_Luise_Recke.jpg
A dança contemporânea é um tema que deve ser pesquisado com mais profundidade, pela sua complexidade de entendimento, visto que de algumas décadas para cá, surgiram muitos movimentos da arte, que se confundem e se fundem. Sugira aos alunos, portanto, que busquem em livros, revistas, jornais e sites da internet, aprofundar o assunto.
Compartilhe com os alunos o texto abaixo:
Esta tal de dança contemporânea
por Airton Tomazzoni, revista Aplauso (nº 70)
– Tu faz dança? Que legal! Mas que tipo de dança?
– Dança contemporânea.
O sujeito fica parado e depois de vencer o constrangimento:
– Mas o que é essa tal de dança contemporânea?
Daí o vivente, que faz dança contemporânea e sabe bem o que faz, se vê em apuros para dar uma resposta clara. Afinal, dança contemporânea não é uma técnica ou método que vem com rótulo. Então, ele arrisca:
– Sabe o Quasar Cia. de Dança? – que o vivente acha referência no país e crê ser bastante conhecida.
O sujeito permanece na mesma.
– E o Grupo Corpo? – ele lembra, já entrando em desespero. – E Deborah Colker? – ainda que não fosse o melhor exemplo que você quisesse dar.
– Ah, já vi na televisão, responde o sujeito finalmente com um brilho no olhar de quem agora pode encerrar a conversa.
E o vivente, com a certeza de que não conseguiu explicar e que melhor que explicar era sugerir que assistisse a um espetáculo.
A realidade é esta que o suposto diálogo acima ilustra. A ideia de dança contemporânea não consolidou uma referência para a maioria do público (e mesmo para a comunidade de dança), ainda mais num Estado que vê com desconfiança aquilo que não é tradição. E isso vale muitas vezes para quem produz, ou acha que produz, dança contemporânea. Basta ver a confusão em tantos festivais competitivos. O território da dança contemporânea é um vale-tudo. Passos de jazz com música experimental. Neoclássico ao som do diálogo dos bailarinos. Dança de rua com um toque de vanguarda. E a obra, nesta lógica estapafúrdia, é avaliada por especialistas de toda ordem, menos de dança contemporânea.
Esta realidade tem como origem a rara circulação de informações e o consumo de informações descontextualizadas e superficialmente elaboradas. A qualidade dessas informações é essencial e precisa ser difundida a quem pretende preparar um treinamento, criar, julgar e apreciar a dança contemporânea. Não dá para saborear morangos e reclamar de que não têm gosto de figos. Ninguém curte uma partida de futebol sem conhecer as regras do jogo. Nesse sentido, é preciso apresentar alguns fatos, ainda que de forma sintética, para que eles possam falar desta tal de dança contemporânea.
Fato 1. A dança contemporânea não é uma escola, tipo de aula ou dança específica, mas sim um jeito de pensar a dança. Forjada por múltiplos artistas no mundo, teve nas propostas da Judson Church, em Nova York, na década de 60, sua mais clara formulação de princípios. Dentre eles, o de que cada projeto coreográfico terá de forjar seu suporte técnico. E que ter um projeto é percorrer escolhas coerentes, como o fez Trisha Brown – e também, longe dali, na Alemanha, Pina Bausch, com sua dança-teatro, nos anos 70. Tal princípio implicou tanto a preservação de aulas de balé nutridas por outras técnicas e linguagens quanto o abandono do balé e a incorporação, por exemplo, de técnicas orientais. Assim, passou a se constituir uma infinidade de alternativas, como o teatro-físico do DV-8 (companhia inglesa composta só por homens, que aborda a homofobia e que recorreu ao uso de corpos que expressam força, agressividade e sexualidade, coisa que o balé não podia fornecer).
Fato 2. Não há modelo/padrão de corpo ou movimento. Portanto, a dança não precisa assombrar por peripécias virtuosas e nem partir da premissa de que há “corpos eleitos”. Na dança contemporânea, a máxima repetida por pedagogos ortodoxos de que “não é tu que escolhes a dança, mas a dança que te escolhe” não tem sustentação. E, dessa forma, pode-se reconhecer a diversidade e estabelecer o diálogo com múltiplos estilos, linguagens e técnicas de treinamento.
Fato 3. Dança é dança. A dança contemporânea reafirma a especificidade da arte da dança. Dança não é teatro, nem cinema, literatura ou música. Apesar de poder ganhar muito com a cooperação dessas artes. A dança não precisa de mensagem, de história e mesmo de trilha sonora. O corpo em movimento estabelece sua própria dramaturgia, sua musicalidade, suas histórias, num outro tipo de vocabulário e sintaxe.
Fato 4. The Mind is a Muscle, proclamou Yvone Rainer quando a dança pós-moderna norte-americana abalava o estabilishment. Pensamento e corpo, tão separados na tradição ocidental, não são entendidos como lugares estranhos um ao outro. Até mesmo a ciência já traz evidências de que razão e emoção não são opostos. O pensamento se faz no corpo e o corpo que dança se faz pensamento. Isso não implica uma cerebralização fria, no caminho de uma dança conceitual, nem na biologização vazia da dança. Tal princípio não exime a qualidade técnica, nem o sabor e o prazer de dançar. Ele ressalta a complexidade que precisa ser compreendida.
Tais fatos precisam começar a ecoar, se o objetivo é saber o que é esta tal de dança contemporânea, que as pessoas insistem em dizer que fazem e que insiste em permanecer em cartaz em teatros, calçadas, estúdios. (Não foi à toa que Fato. se chamava o recente e provocante espetáculo da coreógrafa gaúcha Tatiana da Rosa.) Fatos que estão se estabelecendo em obras sensíveis e inteligentes, construídas dentro destes princípios na temporada 2005, em Porto Alegre, como In-compatível, de Eduardo Severino, ou Bu, da Meme – Centro Experimental do Movimento. A mesma qualidade está no trabalho de Nei Moraes, em Caxias do Sul, e Luciana Paludo, em Cruz Alta.
A partir desses fatos, pode-se muito (mas não se pode qualquer coisa). A liberdade trazida pela perspectiva da dança contemporânea não dispensa ideias fortes e a inventividade das grandes obras de qualquer forma artística, nem um domínio técnico (ainda que isso não caiba mais apenas nas esfera do aprendizado de passos corretos). A dança contemporânea evidencia que escolhas estéticas revelam posturas éticas. Numa época de tantas barbáries impostas ao corpo, é preciso recuperar esta ética quando se escolhe fazer arte com o corpo – seja o seu, seja (principalmente) o dos outros.
A dança contemporânea parece ter aceitado a provocação, com ecos de contemporaneidade, de Jean George Noverre. O mestre de dança, em 1760, ao falar sobre o balé e as rígidas regras da dança da época, afirmava: “Será preciso transgredi-las e delas se afastar constantemente, opondo-se sempre que deixarem de seguir exatamente os movimentos da alma, que não se limitam necessariamente a um número determinado de gestos”. Num mundo de tantas conquistas e descobertas sobre nós, seres humanos, seria no mínimo redutor ficar tratando a dança como apenas uma repetição mecânica de passos bem executados. Fazer tais passos, na música, ursos, cavalos e poodles também fazem. Creio que o ser humano pode ir mais longe que isso. Talvez este seja o incômodo proposto por esta tal de dança contemporânea. O de que podemos ser mais e muitos.
http://idanca.net/lang/pt-br/2006/04/17/esta-tal-de-danca-contemporanea/2992
Abra uma roda de discussão costurando o texto da revista Aplauso com as informações que eles pesquisaram, e tentem chegar em um consenso sobre a dança contemporânea. Leve para os alunos vídeos de dança contemporânea como do Grupo Corpo, Débora Colker, Merce Cunningham, etc.
Depois de bastante explorado o assunto, proponha aos alunos que se dividam em dois grupos e cada grupo irá montar uma dança contemporânea. Para tornar o trabalho mais interativo, sugira que os temas desenvolvidos pelos dois grupos sejam relacionados, por exemplo, um grupo pode desenvolver como tema central da sua coreografia as questões ambientais e o outro grupo soluções para as questões ambientais.
Combine com os alunos uma apresentação no auditório da escola, e ajude-os a confeccionar folder, cartazes e convites.
- História | 5.1 Expansão Marítima
No mapa acima, estão representadas as longas distâncias percorridas pelos homens na Antiguidade, quando viajar era uma atividade extremamente perigosa, tal como se depreende do texto a seguir.
Viajando por terra ou mar, arriscando suas vidas, os mercadores ficavam longe de suas famílias durante
meses ou até mesmo anos. Piratas emboscados e naufrágios eram apenas alguns dos perigos que esses bravos
tinham de enfrentar em nome de todos. Por que os mercadores continuavam a participar daquelas jornadas
[4] arriscadas? Bom, não era apenas pelo dinheiro. O alimento vendido por eles ajudava as pessoas a matarem a
fome. Eram tantos vivendo nas cidades, que não era possível cultivar a quantidade suficiente de alimento para
todos. Sem a colheita dos grãos do Egito ou sem os carregamentos de vinho da região que hoje corresponde à
[7] França e o azeite de oliva da região correspondente à Espanha, o que essas sociedades fariam?
Idem, ibidem (com adaptações).
Tendo como referência o mapa e o texto acima bem como os múltiplos aspectos por eles suscitados, julgue o item.
A informação expressa na sentença iniciada pelo termo “O alimento” (l.4) é ratificada no mapa, dado serem desse tipo os produtos predominantes no comércio ali representado.
- Biologia | 14. Biotecnologia
Considere um banco de dados (Quadro 1) que apresenta sequências hipotéticas de DNA de duas áreas de extrativismo permitido (A1 e A2) e duas áreas de conservação (B1 e B2). Um órgão de fiscalização ambiental recebeu uma denúncia anônima de que cinco lojas moveleiras (1, 2, 3, 4 e 5) estariam comercializando produtos fabricados com madeira oriunda de áreas onde a extração é proibida. As sequências de DNA das amostras dos lotes apreendidos nas lojas moveleiras foram determinadas(Quadro 2).
MIRANDA, N. E. O.; ALMEIDA JÚNIOR, E. B. A.; COLLEVATTI, R. G. A genética contra os crimes ambientais: identificação de madeira ilegal proveniente de unidades de conservação utilizando marcador molecular.
Genética na Escola, v. 9, n. 2, 2014 (adaptado).
Qual loja moveleira comercializa madeira exclusivamente de forma ilegal?
- Língua Portuguesa | 1.07 Coesão Textual
(UTFPR) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Enigma do cérebro avariado
Enquanto cientistas tentam entender a genialidade de Albert Einstein, a medicina se surpreende com circunstâncias absolutamente opostas: das pessoas que vivem bem com apenas parte do cérebro. Dois anos atrás, uma radiografia de rotina revelou um oco no interior da cabeça de um francês de 44 anos. Só depois de submetê-lo a exames de tomografia e ressonância magnética, os médicos da Universidade do Mediterrâneo, em Marselha, perceberam que ele tinha cérebro, mas minúsculo e alojado como uma capa rente ao crânio. Ainda assim, esse francês viveu quatro décadas sem chamar a atenção. Vinte anos atrás o cérebro era visto como sendo formado por setores estanques, cada um deles responsável por determinada habilidade.
A descoberta da neurogênese, o processo de produção de novos neurônios ao longo da vida, em 1998, e o avanço da tecnologia de neuroimagens revelaram uma realidade diferente. O cérebro tem capacidade de se regenerar e de se adaptar. Quando uma área sofre dano, outra pode muitas vezes assumir suas funções. Oito em cada dez crianças que, para curar a epilepsia, tiveram um hemisfério retirado vivem normalmente com meio cérebro. "As conexões cerebrais são globais. Cada tarefa é realizada não por uma única área, mas por uma densa rede de neurônios", explica Benito Damasceno, chefe do departamento de neurologia da Faculdade de Medicina da Unicamp. As funções vitais, como o batimento cardíaco e a respiração, estão protegidas em áreas profundas, como o hipotálamo e o tronco cerebral. A maior parte do cérebro é constituída de massa encefálica, sem nenhuma função vital. Isso explica como uma pessoa pode ter a cabeça transpassada por um arpão e sobreviver sem sequelas. "O cérebro é mais parecido com uma floresta do que com um relógio ou computador, como se pensava no passado.", diz o neurologista Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo.
(Carolina Romanini – Revista Veja, 21 de outubro de 2009 p.103)
"Dois anos atrás, uma radiografia de rotina revelou um oco no interior da cabeça de um francês de 44 anos. Só depois de submetê-lo a exames de tomografia e ressonância magnética, os médicos da Universidade do Mediterrâneo, em Marselha, perceberam que ele tinha cérebro, mas minúsculo e alojado como uma capa rente ao crânio. Ainda assim, esse francês viveu quatro décadas sem chamar a atenção."
Assinale a alternativa que apresenta uma reescrita adequada para o excerto acima, com relação ao aspecto construção, coesão e coerência textuais.
- Biologia | 15.5 Genética de Populações
(UNESP) No estudo da genética de populações, utiliza-se a fórmula p2 + 2pq + q2 = 1, na qual p indica a frequência do alelo dominante e q indica a frequência do alelo recessivo. Em uma população em equilíbrio de Hardy-Weinberg espera-se que