Leia o texto a seguir.
Fico lembrando dele esperneando no berço. Ele era uma coisica ainda mais estranha do que é hoje. Não, muito mais estranha: hoje ele é gente, fala, acha coisas sobre mim, sobre os outros irmãos, sobre a dona da padaria. Antes ele era... um... um montinho que se mexia também estranhamente. Eu ficava horas olhando para ele. As mãozinhas minúsculas, que de tão minúsculas ele nem sabia que tinha. Na verdade, acho que ele realmente não sabia para o que elas serviam. Elas navegavam no ar, aquelas titiquinhas de dedos sem entender nada, parecendo uma sementinha viva.
CISALPINO, Murilo. In: RAMOS, Ricardo et al. Irmão mais velho, irmão mais novo. São Paulo: Atual, 1992. p. 64-71.
A “coisica estranha” de que fala o autor é