Texto base:
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A formiga má
Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o seu cruel manto de gelo. A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde se abrigar, nem folhinhas que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou – emprestado, notem! – uns miseráveis restos de comida. [...] E a formiga muito invejosa, como não soubesse cantar, tinha ódio da cigarra que era querida de todos. — Que fazia você durante o bom tempo? — Eu... eu cantava! — Cantava? Pois dance agora, sua preguiçosa! – E fechou- -lhe a porta no nariz. Resultado: a cigarra morreu; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. É que faltava na música do mundo o som estridente da cantora. [...] Os artistas – poetas, pintores, músicos – são cigarras da humanidade. — Esta fábula está errada! – gritou Narizinho. – Vovó nos leu um livro sobre a vida das formigas – e lá a gente vê que as formigas são os únicos insetos caridosos que existem. Formiga má como essa não existe. Dona Benta explicou que as fábulas não eram lições de História Natural – como fala o tal Maeterlinck –, mas de Moral. E tanto é assim – disse ela – que nas fábulas os animais falam e na realidade eles não falam. — Isso não! – protestou Emília. – Não há animalzinho, bicho, formiga ou pulga que não fale. Nós é que não entendemos as linguinhas deles. Dona Benta aceitou e disse: — Sim, mas nas fábulas os animais falam a nossa língua e na realidade só falam as linguinhas deles. Está satisfeita? — Agora, sim! – disse Emília muito metida com o triunfo. Fábulas, de Monteiro Lobato.
São Paulo: Globo, 2008. Adaptado.
Releia o trecho abaixo.
“Formiga má como essa não existe.
Dona Benta explicou que as fábulas não eram lições de História Natural, [...] mas de Moral.
— E tanto é assim — disse ela — que nas fábulas os animais falam e na realidade eles não falam.
— Isso não! — protestou Emília.”
O pronome destacado refere-se