O alfaiate pardo João de Deus, que, na altura em que foi preso, não tinha mais do que 80 réis e oito filhos, declarava que "Todos os brasileiros se fizessem franceses, para viverem em igualdade e abundância".
MAXWELL, K. Condicionalismos da independência do Brasil. SILVA, M. N. (Org.)
O Império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.
O texto faz referência à Conjuração Baiana. No contexto da crise do sistema colonial, esse movimento se diferenciou dos demais movimentos libertários ocorridos no Brasil por
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(IFSP) Existem dois tipos de divisão celular que servem para a produção de células-filha, a fim de desenvolver o organismo e/ou repor células dos tecidos ou para a sua reprodução. Na espécie humana, há, em indivíduos normais, 46 cromossomos, sendo que, para indivíduos do sexo masculino: 46, XY e, para indivíduos do sexo feminino: 46, XX. Assinale a alternativa que explica corretamente a divisão celular em um indivíduo do sexo masculino que produz gametas e a divisão celular em um indivíduo do sexo feminino que produz células somáticas, em que constem, respectivamente, em cada um dos indivíduos:
1) nome da divisão celular; 2) quantas células-filha são resultantes; 3) o número de cromossomos; e 4) componente(s) do par sexual.
- Matemática | 10. Estatística
(ENEM 2010 1ª APLICAÇÃO) O gráfico a seguir apresenta o gasto militar dos Estados Unidos, no período de 1988 a 2006.
(Foto: Fonte: Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri) Almanaque Abril 2008. Editora Abril)
Com base no gráfico, o gasto militar no ínicio da guerra no Iraque foi de:
- Língua Portuguesa | 1.03 Capacidade de Análise
Nós, escravocratas
Há exatos cem anos, saía da vida para a história um dos maiores brasileiros de todos os tempos:
o pernambucano Joaquim Nabuco. Político que ousou pensar, intelectual que não se omitiu em agir, pensador e ativista com causa, principal artífice da abolição do regime escravocrata no Brasil.
[5] Apesar da vitória conquistada, Joaquim Nabuco reconhecia: “Acabar com a escravidão não basta.
É preciso acabar com a obra da escravidão”, como lembrou na semana passada Marcos Vinicios Vilaça, em solenidade na Academia Brasileira de Letras. Mas a obra da escravidão continua viva, sob a forma da exclusão social: pobres, especialmente negros, sem terra, sem emprego, sem casa, sem água, sem esgoto, muitos ainda sem comida; sobretudo sem acesso à educação de [10] qualidade.
Cem anos depois da morte de Joaquim Nabuco, a obra da escravidão se mantém e continuamos escravocratas.
Somos escravocratas ao deixarmos que a escola seja tão diferenciada, conforme a renda da família de uma criança, quanto eram diferenciadas as vidas na Casa Grande ou na Senzala.
[15] Somos escravocratas porque, até hoje, não fizemos a distribuição do conhecimento: instrumento decisivo para a liberdade nos dias atuais. Somos escravocratas porque todos nós, que estudamos, escrevemos, lemos e obtemos empregos graças aos diplomas, beneficiamo-nos da exclusão dos que não estudaram. Como antes, os brasileiros livres se beneficiavam do trabalho dos escravos.
Somos escravocratas ao jogarmos, sobre os analfabetos, a culpa por não saberem ler, em vez [20] de assumirmos nossa própria culpa pelas decisões tomadas ao longo de décadas. Privilegiamos investimentos econômicos no lugar de escolas e professores. Somos escravocratas, porque construímos universidades para nossos filhos, mas negamos a mesma chance aos jovens que foram deserdados do Ensino Médio completo com qualidade. Somos escravocratas de um novo tipo: a negação da educação é parte da obra deixada pelos séculos de escravidão.
[25] A exclusão da educação substituiu o sequestro na África, o transporte até o Brasil, a prisão e o trabalho forçado. Somos escravocratas que não pagamos para ter escravos: nossa escravidão ficou mais barata, e o dinheiro para comprar os escravos pode ser usado em benefício dos novos escravocratas. Como na escravidão, o trabalho braçal fica reservado para os novos escravos: os sem educação.
[30] Negamo-nos a eliminar a obra da escravidão.
Somos escravocratas porque ainda achamos naturais as novas formas de escravidão; e nossos intelectuais e economistas comemoram minúscula distribuição de renda, como antes os senhores se vangloriavam da melhoria na alimentação de seus escravos, nos anos de alta no preço do açúcar. Continuamos escravocratas, comemorando gestos parciais. Antes, com a proibição do [35] tráfico, a lei do ventre livre, a alforria dos sexagenários. Agora, com o bolsa família, o voto do analfabeto ou a aposentadoria rural. Medidas generosas, para inglês ver e sem a ousadia da abolição plena.
Somos escravocratas porque, como no século XIX, não percebemos a estupidez de não abolirmos a escravidão. Ficamos na mesquinhez dos nossos interesses imediatos negando fazer a revolução [40] educacional que poderia completar a quase-abolição de 1888. Não ousamos romper as amarras que envergonham e impedem nosso salto para uma sociedade civilizada, como, por 350 anos, a escravidão nos envergonhava e amarrava nosso avanço.
Cem anos depois da morte de Joaquim Nabuco, a obra criada pela escravidão continua, porque continuamos escravocratas. E, ao continuarmos escravocratas, não libertamos os escravos condenados à falta de educação.
CRISTOVAM BUARQUE
A expressão somos escravocratas é repetida quatro vezes no texto que, embora assinado pelo autor Cristovam Buarque, é todo enunciado na primeira pessoa do plural.
O uso dessa primeira pessoa do plural, relacionado à escravidão, reforça principalmente o objetivo de:
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O quadro apresenta alguns zonobiomas encontrados em nosso planeta.
O bioma brasileiro Mata Atlântica pode ser enquadrado no zonobioma
- Arte - Fundamental | 12. Arte Moderna
Materiais:
- jornais velhos;
- papel-cartão;
- tesoura e cola;
- papéis colorset coloridos.
Desenvolvimento:
1 - " La Bouteille de Suze é uma imagem - chave do cubismo sintético tardio desenvolvido por Georges Braque, Juan Gris e Picasso, em que os artistas fazem uso de elementos sintetizados separados da vida enquanto representação real para sugerir objetos e ambientes. Em La Bouteille de Suze, Picasso usou fragmentos de recorte de papel de jornal, papel de parede, papel e construção, bem como guache e carvão, para sugerir uma garrafa de licor com um rótulo e, à esquerda, um copo e um cinzeiro com cigarro e fumaça. Esses elementos fragmentados de forma abstrata parecem descansar sobre uma mesa azul na frente de uma parede com estampas de diferentes papéis de parede e papel de jornal. Servindo como um elemento formal, o jornal também sugere a atividade popular do parisiense, lendo o jornal enquanto está dentro de um café parisiense. Os textos adicionam uma dimensão social e política para a imagem: esses artigos de jornal referem-se também a terríveis acontecimentos da Primeira Guerra Balcânica com histórias de frivolidade parisiense. Junto com os textos, as distorcidas formas cubistas fragmentadas nesta imagem fazem referência às condições da modernidade, como a falta de perspectivas coerentes ou significados em um mundo em constante mudança. A obra de Picasso pode ser vista a partir do pensamento de Malthus: simultaneamente advertindo contra o absurdo da vida moderna enquanto se delicia com os prazeres mais simples da vida."
Disponível em: <http://kemperartmuseum.wustl.edu/collection/explore/artwork/1105>. Acesso em: 21 mar. 2014.
PICASSO, Pablo. A Garrafa de Suze(Bottle of Suze), 1912.
Disponível em: <http://kemperartmuseum.wustl.edu/collection/explore/artwork/1105>. Acesso em: 21 mar. 2014.
2 - Proponha aos alunos produzir uma imagem similar à de Picasso. Comecem por escolher um artigo de jornal que servirá de fundo e, sobre ele, a composição geometrizada de um objeto que se relacione com o texto.
3 - Realizem experiências antes de efetivarem a colagem, para ver o que vai, ou não, funcionar visualmente.
4 - Brincar com as formas sobre o jornal antes de colar pode ser um bom começo.
5 - Assim que estiverem certos de sua composição, façam a colagem, enfatizando o uso de uma palavra importante para conectar o texto de jornal e a imagem que produziram.
6 - Não se esqueçam de colar o jornal sobre um papel mais resistente, como um papel-cartão.
7 - Exponham os resultados na escola e realizem debate sobre os motivos que os levaram a escolher tal texto e tal imagem.