A inspiração cênica de Histórias do Sr. Ninguém se dá no teatro oriental, que serviu como fonte de pesquisa para a construção do próprio pensamento brechtiano, no qual se incluem procedimentos que visam à evidenciação do artifício e do caráter de jogo teatral, de rompimento com a representação, do distanciamento no trabalho do ator, o rompimento da “quarta parede”, etc. Essas referências são explícitas no espetáculo e, mais do que exemplificar os princípios teatrais de Brecht, elas se transformam no alimento do próprio jogo. A inspiração oriental – e o jogo a ser realizado com ela – se apresenta ao espectador já no prólogo do espetáculo, em que o palco é tomado por figuras de faces e corpos brancos – assim como no teatrão tradicional japonês e no butoh; e remete também a algumas formas de mímica corporal – e se comunicam em uma língua irreconhecível, porém de fortes traços orientais – certo acento japonês, que bem poderia ser chinês! – assim como suas posturas corporais ou o ato de retirar os sapatos.
À medida que as cenas se desenvolvem, percebemos palavras em indiano, em japonês, em chinês, ampliando essa noção de oriental e embaralhando as referências.
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Diferentes gêneros textuais se organizam em função de diferentes objetivos. As informações presentes na apresentação de “Histórias do Sr. Ninguém” evidenciam a intenção de