Estou a cerca de 6 000 quilômetros do Rio de Janeiro, do outro lado do oceano, [na Namíbia], no topo de uma duna de 100 metros de altura. À minha volta, apenas matizes cinza e creme. Nada tem cor. A diferença radical entre as duas costas do mesmo Atlântico é a melhor prova de como as correntes marítimas influenciam o clima. A vegetação aqui é esparsa e cada planta conta uma história estoica de sobrevivência. Mas a beleza está presente nessa natureza quase morta. O vento constante cria um fino lençol de areia em movimento. As dunas caminham e mudam de forma. Variam de cor, seguindo o jogo do sol com as nuvens. Quem leva a culpa por esse desafio climático é Benguela, uma corrente marítima gelada do Atlântico Sul. As águas frias trazem nutrientes abundantes e, graças a eles, enorme quantidade de peixes. Mas a falta de umidade também engendra um litoral com escassa vegetação.
Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2021 (Adaptação).
As características paisagísticas e climáticas descritas pelo autor do texto em relação à costa da Namíbia, país localizado no continente africano, são reflexo da atuação de uma corrente marítima fria ao proporcionar o(a)