O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um setor significativo, mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nos anos de prosperidade do “milagre econômico”. A repressão acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar o segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo contou com o avanço das telecomunicações e a expansão do número de residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40%. Por essa época, beneficiada pelo apoio do governo, de quem se tornou seu porta-voz, a TV Globo expandiu-se nacionalmente até controlar todo o setor. A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca se viu na história do país.
Fausto, Boris. História do Brasil; colaboração de Sérgio Fausto. – 14ª Edição atualizada e ampliada. Pág. 413. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015. Texto adaptado. VOT2022
Durante a ditadura militar, o governo adotou mecanismos para conseguir apoio popular e para isso