O idealizador do novo sistema foi um grande proprietário de São Paulo, lavrador de café e figura prestigiosa na política do pais: o Senador Nicolau de Campos Vergueiro. Introduziu 177 famílias de alemães, suíços, portugueses e belgas. O exemplo foi imitado por outros fazendeiros de São Paulo. Os resultados do sistema foram, a princípio bons, e São Paulo chegou a ter cerca de 70 colônias de imigrantes. Mas aos poucos foram mostrando seus inconvenientes. Os proprietários, habituados a lidar exclusivamente com escravos, e que continuavam a conservar muitos deles trabalhando ao lado dos colonos, não faziam muita distinção no tratamento dado aos trabalhadores braçais. Os contratos de trabalho assinados pelos imigrantes, antes mesmo do embarque para o Brasil, eram redigidos em proveito exclusivo do empregador e não raro com acentuada má-fé.
Prado Júnior, Caio. História Econômica do Brasil. 38ª edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1990. VOT2022.
O texto aborda a transição do trabalho escravo para o assalariado no século XIX. No fragmento é possível perceber que a elite agrária nacional