A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da vida administrativa da Colônia para o Rio de Janeiro, mudando também a fisionomia da cidade. Entre outros aspectos, esboçou-se aí uma vida cultural. O acesso aos livros e uma relativa circulação de ideais foram marcas distintivas do período. Em setembro de 1808, veio a público o primeiro jornal editado na Colônia; abriram-se também teatros, bibliotecas, academias literárias e cinetíficas, para atender aos requisitos da Corte e de uma população urbana em rápida expansão. O população da capital dobrou de tamanho em treze anos, chegando a 100 mil habitantes. Muitos dos novos habitantes eram imigrantes, não apenas portugueses, mas espanhóis, franceses e ingleses que viriam a formar uma classe média de profissionais e artesãos qualificados.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2015. VOT2021