Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e às vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.
COSTA, C. M. da. Disponível em: https://apredizesliterarios.blogspot.com. Acesso em: 18 mar. 2022.
Cláudio Manuel da Costa é considerado o poeta mais representativo do Arcadismo no Brasil. Nesse poema, o autor evidencia uma das características do movimento árcade literário ao apresentar uma abordagem dos elementos da natureza e apresenta