Se, na Monarquia, Tiradentes, quando lembrado, era apresentado como um homem sem habilidades e realização profissional, no início da República ele passou a ser descrito como personagem de múltiplos talentos, entre os quais o talento político e revolucionário. Já no Estado Novo, tornava-se exemplo do brasileiro laborioso e dotado de inúmeras qualidades...
FONSECA, T. N. de L. e. A imagem do herói. In: Nossa História. São Paulo: Editora Vera Cruz, 2004 (adaptado). VOT 2021
A figura do Tiradentes é emblemática no contexto da Inconfidência Mineira. No entanto, ao longo da História do Brasil sua imagem passou por diferentes significados com o objetivo de:
Questões relacionadas
- História | 3.1 Espada e Oligárquica
Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro passou a ser o sinal mais evidente da modernização que se desejava promover no Brasil. O ponto culminante do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pereira Passos, entre 1902 e 1906. "O Rio civilizava-se" era frase célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vielas escuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e remover as camadas populares do centro da cidade.
OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.).
O tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007
O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)
- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
O poço e o pêndulo
Eu estava esgotado – mortalmente esgotado por aquela longa agonia; e quando enfim me desataram, e foi-me dada a permissão de sentar, percebi que os sentidos me faltavam. A sentença – a pavorosa sentença de morte – foi a última de distinta articulação a chegar aos meus ouvidos. Depois disso, o som das vozes inquisitoriais pareceu fundir-se em um único murmúrio vago e onírico.
[...]
Até esse momento, eu não abrira os olhos. Senti que jazia de costas, desatado. Estiquei a mão, e ela caiu pesadamente sobre alguma coisa úmida e dura. Deixei-me aí ficar por vários minutos, enquanto me empenhava em imaginar onde e no que podia estar. Ansiava, e contudo não ousava, empregar a visão. Aterrorizava-me o impacto inicial dos objetos em torno de mim. Não que eu temesse ver coisas horríveis, mas fui invadido por um crescente pavor de não haver nada para ver. Finalmente, com descontrolado desespero no coração, abri rapidamente os olhos. Meus piores pensamentos foram, então, confirmados. O negror da noite eterna me engolfava. Lutei para respirar. A intensidade das trevas parecia me oprimir e sufocar. A atmosfera era intoleravelmente opressiva. Continuei deitado, imóvel, e esforcei-me por exercitar a razão. Evoquei em minha mente o processo inquisitorial, e tentei a partir desse ponto inferir minha real condição. A sentença fora proferida; e a mim me pareceu que um intervalo muito longo de tempo transcorrera desde então. Contudo, nem sequer por um momento supus que estivesse morto de fato. Tal suposição, não obstante o que lemos na ficção, é completamente inconsistente com a existência real; – mas onde e em que estado eu me encontrava? Os condenados à morte, eu sabia, eram normalmente executados nos autos de fé, e um desses fora realizado na exata noite de meu julgamento. Estaria eu sendo mantido sob custódia em meu calabouço, a fim de aguardar o sacrifício seguinte, que não teria lugar senão dali a muitos meses? Percebi na mesma hora que tal não podia ser. As vítimas haviam sido reclamadas de imediato. Além do mais, meu calabouço, assim como as celas de todos os condenados em Toledo, tinha piso de pedra, e a luz não era completamente excluída.
Uma assustadora ideia agora de repente fez o sangue fluir incontrolavelmente em meu coração e, por um breve período, mais uma vez recaí na insensibilidade. Assim que me recuperei, fiquei de pé na mesma hora, tremendo convulsivamente em cada fibra. Agitei os braços freneticamente acima e em torno de mim, em todas as direções. Nada senti; contudo, hesitava em dar um passo, com receio de ser bloqueado pelas paredes de uma tumba. O suor brotava de cada poro, e formava grossas gotas em minha fronte. A agonia do suspense cresceu até se tornar intolerável e cuidadosamente me movi para a frente, com os braços estendidos, e meus olhos esforçando-se em suas órbitas, na esperança de captar algum débil raio de luz. Avancei vários passos; mas o negror e o vazio continuaram. Respirei mais facilmente. Parecia evidente que o meu não era, ao menos, o mais hediondo dos destinos.
POE, Edgar Allan. Contos de imaginação e mistério. Trad. Cássio de Arantes Leite.
São Paulo: Tordesilhas, 2012. p. 49. Fragmento.
Glossário:
Autos de fé – diz-se de eventos realizados em praça pública para punir os condenados pela Inquisição.
Releia o trecho:
A sentença fora proferida; e a mim me pareceu que um intervalo muito longo de tempo transcorrera desde então.
Esse período é composto por:
- Matemática
Vinte times de futebol disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, sendo seis deles paulistas. Cada time joga duas vezes contra cada um dos seus adversários. A porcentagem de jogos nos quais os dois oponentes são paulistas é
- História | 5.1 Expansão Marítima
(FUVEST 2011 1° FASE) Quando a expansão comercial europeia ganhou os oceanos, a partir do século XV, rapidamente o mundo conheceu um fenômeno até então inédito: populações que jamais tinham tido qualquer contato umas com as outras passaram a se aproximar, em diferentes graus. Uma das dimensões dramáticas desses novos contatos foi o choque entre ambientes bacteriológicos estranhos, do qual resultou a “mundialização” de doenças e, consequentemente, altas taxas de mortalidade em sociedades cujos indivíduos não possuíam anticorpos para enfrentar tais doenças.
Isso ocorreu, primeiro, entre as populações
- História - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Texto base: Maria, junto com a sua mãe, uma arqueóloga, foi conhecer o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, e lá descobriu um imenso museu a céu aberto. Toda noite, antes de dormir, ela escrevia cartas a seu pai, contando tudo o que viu. Faça a leitura do trecho de uma dessas cartas. Sabe, pai, Se esses homens não tivessem desenhado nessas paredes, nós nunca iríamos saber que eles estiveram por aqui. E eles foram tão espertos que inventaram uma tinta que não sai facilmente com a água. É verdade que os desenhos desbotaram um pouco com o tempo, mas queriam o quê? Isso aqui é um museu ao ar livre, totalmente natural. E o mais legal é que essas pinturas também foram encontradas em outros continentes, e por isso são a prova viva de que o Homo sapiens já estava circulando por aí, dando o pontapé inicial nas novas civilizações [...]. Cada uma dessas pinturas conta uma história de um dia comum ou de uma comemoração. É uma espécie de livro aberto, integrado com a natureza, que é exatamente como eles viviam. CRISPUN, Denise. Serradacapivara.com: os incríveis desenhos desses homens misteriosos.
São Paulo: Global, 2012. p. 14-15.
Enunciado:
Analise as afirmativas:
I. Maria, apesar de apontar a importância da pintura rupestre, comete um erro ao dizer que “Se esses homens não tivessem desenhado nessas paredes, nós nunca iríamos saber que eles estiveram por aqui”, pois as ferramentas e os fósseis também são pistas que ajudam a conhecer o modo de vida dos povos pesquisados.
II. As pinturas rupestres registram os hábitos de vida do homem pré-histórico, por isso, Maria está correta em afirmar que a pintura rupestre “é uma espécie de livro aberto, integrado com a natureza, que é exatamente como viviam”.
III. As pesquisas arqueológicas revelam que os primeiros grupos humanos surgiram no continente africano e se espalharam pelo planeta em busca de melhores condições de sobrevivência. Maria reafirma essa ideia ao escrever para o pai: “E o mais legal é que essas pinturas também foram encontradas em outros continentes, e por isso são a prova viva de que o Homo sapiens já estava circulando por aí, dando o pontapé inicial nas novas civilizações [...].”.
Estão corretas