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Pobre velha casa da minha infância perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino? Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano?
Está maluco.
Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.
PESSOA, F. Obra poética de Fernando Pessoa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
O trecho pertence a um poema de Álvaro de Campos, heterônimo do escritor Fernando Pessoa (1888-1935). O tom predominante nesta estrofe é de