Do nada, me jogaram aos leões
Do nada, me jogaram aos leões
Tive que rugir em alto e bom tom
Feito quem prefere rir daquelas jubas: “mas que prazer
Em rever vocês, Meus amigos Amestrados!
Já pensaram em ver Esses dentes cariados?”
Romantismo: A arte do entusiasmo. São Paulo: Comunique, 2010. 155 p. Catálogo de exposição, Museu de arte de São Paulo / MASP, p. 109.
No texto poético, uma cena metafórica expõe a subjetividade do eu lírico. No contexto em que é empregado, a conjugação do verbo “jogaram” indica que
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- História | 1.6 Crise do Sistema Colonial e Ciclo da Mineração
(PUC-CAMPINAS) Cronista sem assunto
Difícil é ser cronista regular de algum periódico. Uma crônica por semana, havendo ou não assunto... É buscar na cabeça uma luzinha, uma palavra que possa acender toda uma frase, um parágrafo, uma página inteira – mas qual? 1Onde o ímã que atraia uma boa limalha? 2Onde a farinha que proverá o pão substancioso? O relógio está correndo e o assunto não vem. Cronos, cronologia, crônica, tempo, tempo, tempo... Que tal falar da falta de assunto? Mas isso já aconteceu umas três vezes... Há cronista que abre a Bíblia em busca de um grande tema: os mandamentos, um faraó, o Egito antigo, as pragas, as pirâmides erguidas pelo trabalho escravo? Mas como atualizar o interesse em tudo isso? O leitor de jornal ou de revista anda com mais pressa do que nunca, 3e, aliás, está munido de um celular que lhe coloca o mundo nas mãos a qualquer momento.
Sim, a internet! O Google! É a salvação. 4Lá vai o cronista caçar assunto no computador. Mas aí o problema fica sendo o excesso: ele digita, por exemplo, “Liberdade”, e 5lá vem a estátua nova-iorquina com seu facho de luz saudando os navegantes, ou o bairro do imigrante japonês em São Paulo, 6ou a letra de um hino cívico, ou um tratado filosófico, até mesmo o “Libertas quae sera tamen*” dos inconfidentes mineiros... Tenta-se outro tema geral: “Política”. Aí mesmo é que não para mais: vêm coisas desde a polis grega até um poema de Drummond, salta-se da política econômica para a financeira, chega-se à política de preservação de bens naturais, à política ecológica, à partidária, à política imperialista, à política do velho Maquiavel, ufa.
Que tal então a gastronomia, mais na moda do que nunca? 7O velho bifinho da tia ou o saudoso picadinho da vovó, receitas domésticas guardadas no segredo das bocas, viraram nomes estrangeiros, sob molhos complicados, de apelido francês. Nesse ramo da alimentação há também que considerar o que sejam produtos transgênicos, orgânicos, as ameaças do glúten, do sódio, da química nociva de tantos fertilizantes. Tudo muito sofisticado e atingindo altos níveis de audiência nos programas de TV: já seremos um país povoado por cozinheiros, quer dizer, por chefs de cuisine?**
Temas palpitantes, certamente de interesse público, estão no campo da educação: há, por exemplo, quem veja nos livros de História uma orientação ideológica conduzida pelos autores; 8há quem defenda uma neutralidade absoluta diante de fatos que seriam indiscutíveis. 9Que sentido mesmo tiveram a abolição da escravatura e a proclamação da República? E o suicídio de Getúlio Vargas? E os acontecimentos de 1964? Já a literatura e a redação andam questionadas como itens de vestibular: mas sob quais argumentos o desempenho linguístico e a arte literária seriam dispensáveis numa formação escolar de verdade?
Enfim, 10o cronista que se dizia sem assunto de repente fica aflito por ter de escolher um no infinito cardápio digital de assuntos. Que esperará ler seu leitor? 11Amenidades? Alguma informação científica? A quadratura do círculo encontrada pelo futebol alemão? A situação do cinema e do teatro nacionais, dependentes de financiamento por incentivos fiscais? Os megatons da última banda de rock que visitou o Brasil? O ativismo político das ruas? Uma viagem fantasiosa pelo interior de um buraco negro, esse mistério maior tocado pela Física? A posição do Reino Unido diante da União Europeia?
12Houve época em que bastava ao cronista ser poético: o reencontro com a primeira namoradinha, uma tarde chuvosa, um passeio pela infância distante, um amor machucado, 13tudo podia virar uma valsa melancólica ou um tango arrebatador. Mas hoje parece que estamos todos mais exigentes e utilitaristas, e os jovens cronistas dos jornais abordam criticamente os rumores contemporâneos, valem-se do vocabulário ligado a novos comportamentos, ou despejam um humor ácido em seus leitores, 14num tempo sem nostalgia e sem utopias.
É bom lembrar que o papel em que se imprimem livros, jornais e revistas está sob ameaça como suporte de comunicação. 15O mesmo ocorre com o material das fitas, dos CDs e DVDs: o mundo digital armazena tudo e propaga tudo instantaneamente. Já surgem incontáveis blogs de cronistas, onde os autores discutem on-line com seus leitores aspectos da matéria tratada em seus textos. A interatividade tornou-se praticamente uma regra: há mesmo quem diga que a própria noção de autor, ou de autoria, já caducou, em função da multiplicidade de vozes que se podem afirmar num mesmo espaço textual. Num plano cósmico: quem é o autor do Universo? Deus? O Big Bang? A Física é que explica tudo ou deixemos tudo com o criacionismo?
Enquanto não chega seu apocalipse profissional, o cronista de periódico ainda tem emprego, o que não é pouco, em tempo de crise. Pois então que arrume assunto, e um bom assunto, para não perder seus leitores. Como não dá para ser sempre um Machado de Assis, um Rubem Braga, um Luis Fernando Veríssimo, há que se contentar com um mínimo de estilo e uma boa escolha de tema. A variedade da vida há de conduzi-lo por um bom caminho; é função do cronista encontrar algum por onde possa transitar acompanhado de muitos e, de preferência, bons leitores.
(Teobaldo Astúrias, inédito)
* Liberdade ainda que tardia.
** chefes de cozinha.
O texto Cronista sem assunto faz referência à Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil no final do século XVIII, que teve como motivação o rompimento com o domínio colonial português. Pode-se afirmar que essa rebelião
- Biologia | 13.2 Primeira Lei de Mendel
(UFRGS) Observe a ilustração abaixo, que indica o genótipo de uma característica monogênica Mendeliana em um indivíduo.
Com relação ao que aparece na ilustração, é correto afirmar que
- História | 2.3 Segundo Reinado
(ULBRA)
Queremos Pedro II,
Ainda que não tenha idade
A nação dispensa a lei.
Viva a Maioridade!
Por subir Pedrinho ao trono,
Não fique o povo contente;
Não pode ser coisa boa
Servindo com a mesma gente.
(Disponível em http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/antecipacao.html)
Os dois versos se referem ao processo que culminou com a antecipação da maioridade de D. Pedro II em 1840 e permitem vislumbrar as preocupações na transição para o Segundo Império.
I. A ideia de a nação dispensar a lei encobria a ilegalidade de alçar ao trono um nobre com 14 anos de idade, assim como encerrar o período denominado como Regencial.
II. Grafar Pedro no diminutivo induz ao pensamento de que o momento correto para a coroação do Imperador deveria respeitar o período de amadurecimento estabelecido pelo projeto das Regências.
III. Nos dois últimos versos da segunda estrofe, a discussão é posta no sentido de que existe um grupo interessado na subida ao trono e que interesses políticos e econômicos específicos podem não satisfazer a nação como um todo.
Está(ão) correta(s):
- Língua Espanhola | 1. Interpretação de Textos
Pedalear por La Noche Estrellada de van Gogh
[1] Pasear en bicicleta por La Noche Estrellada de van
Gogh ya es posible. Fue inaugurado el primer carril
fluorescente para bici del mundo. La ruta del homenaje marca
[4] el inicio de van Gogh 2015, un año cargado de eventos
culturales en Holanda, Bélgica y Francia para conmemorar el
125 aniversario del fallecimiento del pintor. Esta vía está
[7] inspirada en el cuadro de van Gogh, combinando innovación y
diseño con la herencia cultural. El camino es resultado de la
colaboración entre la constructora Heijmans y el diseñador
[10] Daan Roosegaarde, y forma parte de la ruta ciclista de la
provincia de Brabante, Holanda, donde el pintor vivió entre
1883 y 1885.
[13] Con la oscuridad de la noche, los visitantes pueden
disfrutar de un diseño inspirado en La Noche Estrellada, una
de las obras más famosas del pintor posimpresionista. Los
[16] inventores del homenaje han desarrollado una tecnología
que permite iluminar el carril con miles de piedras
resplandecientes. Para lograr ese centelleo, los creadores han
[19] combinado un material que brilla en la oscuridad con luces
LED (diodo emisor de luz) que funcionan por energía solar, de
forma que el camino se carga de día y se ilumina de noche. Así
[22] se crea una interacción entre luz y poesía, un ejemplo auténtico
de tecnopoesía. “Quería crear un lugar donde las personas
experimentaran de una forma especial, combinando la técnica
[25] con la experiencia, eso es lo que significa la tecnopoesía para
mí”, afirma Roosegaarde en el comunicado de prensa.
Internet: (con adaptaciones).
Juzgue lo ítem siguiente de acuerdo con el texto arriba.
Se puede inferir del texto que la ruta inspirada en la obra de van Gogh supone un acercamiento entre tecnología y herencia cultural.
- Geografia | 3.1 Movimentos da Terra
Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a tese do geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado o centro do universo, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele. Por fim, o astrônomo matemático alemão Johannes Kepler (1571- 1630), depois de estudar o planeta Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado generalizou-se para os demais planetas.
A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto afirmar que