Comparação de flora intestinal de crianças italianas e africanas indica que a dieta ocidental, pobre em fibras e rica em sacarose, pode aumentar o risco de problemas alérgicos, problemas inflamatórios e obesidade. Ao analisar dois grupos de crianças — europeias e africanas —, levando em consideração a dieta a que são submetidas, muitos apostariam que as do velho continente teriam uma alimentação mais saudável do que as africanas. Publicado na PNAS, um estudo mostrou que pode não ser bem assim. No Departamento de Farmacologia Pré-Clínica e Clínica da Universidade de Florença, pesquisadores compararam as bactérias intestinais de 14 crianças saudáveis da etnia mossi, do vilarejo de Boulpon, em Burkina Fasso, e de 15 crianças igualmente saudáveis de Florença, na Itália, ambos os grupos com faixa etária entre um e seis anos. A análise de amostras fecais mostrou que as crianças africanas — cuja dieta é predominantemente vegetariana, baseada em fibras, legumes e cereais — têm a flora intestinal mais rica em micro-organismos, que ajudam na digestão, e a presença menor daqueles associados à obesidade em adultos.