Leia os fragmentos da entrevista do então líder soviético Mikhail Gorbatchev, cedida ao jornal Newsweek em 1999.
O Muro de Berlim não desabou num só dia, nem sequer numa só estação. A crise na Alemanha Oriental começou quatro anos antes dos dramáticos acontecimentos de 1989, a muitos quilômetros de distância – com a perestroika e da democratização da União Soviética. Quando o descontentamento na Alemanha Oriental se transformou num movimento de massas, o povo dali sabia que minha política da “liberdade de escolha” não era só um slogan publicitário. Portanto, eles (os alemães orientais) exerceram sua liberdade de escolha derrubando o Muro de Berlim.
Nunca lamentei minha decisão. (...) o emprego da força poderia ter resultado num enorme banho de sangue. (...) A Guerra Fria poderia ressurgir e minha posição política como um todo cairia em descrédito.
(...) Assim que as forças da glasnost e da democracia foram liberadas, funcionaram de modo imprevisível. Elas foram decisivas para impulsionar as mudanças no Leste Europeu, (...) essas mesmas forças incentivaram tendências separatistas nas repúblicas nacionais da URSS.
GORBATCHEV, Mikhail. Entrevista cedida ao jornal Newsweek. Publicada no jornal O Estado de São Paulo. Caderno A, 07 nov. 1999, p 18-19. (Fragmento)
Na opinião de Mikhail Gorbatchev: