(UESC) “Quando a bordo do H.M.S. Beagle, no qual servi como naturalista, fiquei muito impressionado com certos fatos referentes à distribuição dos seres vivos existentes na América do Sul e às relações geológicas entre a fauna e a flora atual e extinta daquele continente. Esses fatos a mim me pareceram lançar alguma luz sobre a origem das espécies — “mistério dos mistérios”— ... Logo após o meu regresso ao lar, em 1837, ocorreu-me que talvez pudesse ajudar a esclarecer essa questão, através da paciente acumulação e do estudo de toda a sorte de fatos, porventura ligados ao tema. (DARWIN, 1859 p.43)
Considerando-se que, durante o longo curso dos tempos e sob variáveis condições de vida, os seres vivos modificaram tanto diversas partes do seu organismo, e acho que isso é incontestável; considerando-se que , devido à alta tendência de crescimento geométrico do número das espécies, ocorre uma renhida luta pela sobrevivência, especialmente em determinada idade, ou determinada estação, ou determinados anos — e isso também certamente não tem contestação; consequentemente, dada a infinita complexidade das inter-relações dos seres vivos, entre si e de cada um deles com suas condições de existência, acarretando uma diversidade infinita quanto a seus hábitos, estruturas e constituições internas. (DARWIN, 1985, p.129)
Sob essas considerações, Darwin poderia ter concluído que: