Será provavelmente dispensável, em uma viagem no futuro, acomodar o notebook em uma pasta ou mochila. Bastará dobrá-lo e enfiá-lo no bolso. Esse avanço tecnológico será realidade quando as telas flexíveis de diodos orgânicos emissores de luz, com base no fenômeno da eletroluminescência, chegarem ao mercado. Pesquisadores brasileiros desenvolveram um diodo orgânico em que é utilizado um substrato à base de biocelulose, uma espécie de papel com transparência superior a 90% na região visível do espectro eletromagnético. As vantagens desse substrato, além da flexibilidade, estão relacionadas com o fator ambiental, com o sistema produtivo mais simples e com o uso de matéria-prima renovável. Também chamada de celulose bacteriana, essa matéria-prima é produzida pela bactéria Gluconacetobacter xylinus, e seu processo produtivo não gera resíduos tóxicos, como ocorre no método tradicional de produção de celulose. Embora possua a mesma estrutura química da celulose de plantas, a biocelulose apresenta, em comparação com a sua congênere vegetal, maior pureza, alta cristalinidade e excepcional resistência mecânica. A luminescência e a eletroluminescência ocorrem em estruturas conjugadas que têm sistema de elétrons deslocalizados, como as mostradas nas figuras de I a IV.

Com relação ao texto, às figuras e aos múltiplos aspectos que eles suscitam, julgue o item.
A produção de celulose com o uso de bactérias, a exemplo da G. xylinus, tem impacto positivo sobre o ecossistema porque as bactérias pertencem ao grupo dos decompositores, que transformam substâncias orgânicas em substâncias minerais que retornam, por intermédio dos vegetais, ao ciclo de utilização da matéria.