Explicaê

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Texto

 

O LEGADO FEMININO NAS OLIMPÍADAS DE TÓQUIO

 

    Definitivamente, as mulheres

deixaram sua marca nas Olimpíadas de

Tóquio, que se encerram neste domingo. Elas

se destacaram desde a abertura dos Jogos,

[5] com a escolha da japonesa Naomi Osaka,

uma tenista negra, para acender a pira

olímpica, em uma edição com participação

recorde de atletas femininas: 48,8% do total.

    Essas atletas, das mais diferentes

[10] nacionalidades, não só encantaram o mundo

com suas conquistas históricas e quebras de

recordes, como também jogaram luz sobre as

discriminações, preconceitos e o sexismo ao

qual ainda hoje muitas delas são submetidas,

[15] seja no esporte ou em tantas outras áreas.

GAROTAS DOURADAS

    As atletas brasileiras, em especial,

voltam para a casa podendo comemorar o

maior número de pódios em uma única

[20] edição dos jogos, desde que a nadadora

Maria Lenk entrou para a história nacional

como a 1ª mulher brasileira a participar de

uma Olimpíada em 1932.

    Uma trajetória que começou com a

[25] dança da nossa ‘Fadinha do Skate’? A

maranhense Rayssa Leal, de apenas 13 anos

de idade, a mais jovem atleta brasileira a

subir no pódio olímpico até hoje. Garantiu a

prata no ‘skate street’, uma das novas

[30] modalidades olímpicas que fizeram sua

estreia em Tóquio.

    Em seguida, veio Rebeca Andrade, 1ª

ginasta brasileira a ganhar uma medalha

olímpica. Na verdade, ela fez história em

[35] dose dupla: com 1 medalha de ouro no salto

e outra prata no individual geral. O que lhe

garantiu o merecido convite para ser a porta-

bandeira do Brasil no encerramento dos

Jogos de Tóquio.

[40]     Como ficar indiferente ao ouro

olímpico de Ana Marcela Cunha na maratona

aquática ou da dupla Martine Grael e Kahena

Kunze, amigas de infância e, agora,

bicampeãs olímpicas na classe 49er FX da

[45] vela?

    Cabe ainda uma reverência à seleção

feminina de vôlei, que conseguiu chegar à

final, a despeito do baque sofrido com a

perda de uma de suas principais jogadoras,

[50] flagrada em exame antidoping na reta final

da disputa. Aplausos também à garra de

Beatriz Ferreira na busca de um ouro inédito

para o boxe feminino.

    Medalhistas essas que ajudaram o

[55] Brasil a ter, em Tóquio, o seu melhor

desempenho em Olimpíadas, superando as

19 conquistadas no Rio de Janeiro em 2016.

    Das 21 medalhas trazidas na

bagagem de volta para casa, 9 foram

[60] conquistadas por elas, refletindo o equilíbrio

entre homens e mulheres na composição da

delegação brasileira que desembarcou este

ano no Japão.

MUITO ALÉM DA PARIDADE

[65]     Mas a pauta levantada pelas atletas

femininas desta edição olímpica foi muito

além da bem-vinda paridade de gênero, que

será adotada a partir dos Jogos de Paris em

2024.

[70]     A ginasta norte-americana Simone

Biles, por exemplo, chegou ao Japão em

busca de um recorde de 6 medalhas de ouro,

o que a tornaria a atleta olímpica mais bem-

sucedida de todos os tempos. Acabou

[75] voltando para os Estados Unidos com uma

prata e um bronze, o suficiente para se

consagrar como a mulher negra mais

vitoriosa da história olímpica da ginástica

artística.

[80]     Fora da arena olímpica, Biles ainda

deflagrou o debate mundial sobre a saúde

mental de atletas de alto rendimento. Isso,

após ela abandonar parte das provas que

disputaria e expor publicamente que estava

[85] lidando com twisties, uma espécie de

bloqueio mental que desorienta atletas em

movimentos que desafiam a gravidade.

PROTESTO CONTRA O SEXISMO

    Já a equipe de ginastas da Alemanha

[90] marcou posição com a opção das atletas de

usar macacões até o tornozelo em vez dos

tradicionais collants, em protesto contra a

sexualização da ginástica artística feminina.

    Um posicionamento político que

[95] reforça a discussão aberta, durante o último

campeonato europeu de handebol, sobre

como o sexismo se reflete no controle dos

uniformes de atletas. Na ocasião, a equipe

feminina da Noruega foi multada em 1,5 mil

[100] euros ao trocar o biquíni pelo short,

permitido apenas para homens, na

modalidade de praia.

MÃES OLÍMPICAS

    A meio-fundista queniana Faith

[105] Kipyegon foi outra a fazer história em Tóquio,

ao vencer a prova dos 1.500 metros feminino

e bater o recorde olímpico que resistia desde

os Jogos de Seul, em 1988. E de quebra,

ainda deu uma resposta dourada àqueles que

[110] ela se afastou por 1 ano das pistas, em 2017,

para ser mãe.

    Um enredo parecido com o

enfrentado por Allyson Felix, que conquistou

sua 10ª medalha em Tóquio e se igualou a

[115] Carl Lewis como a maior medalhista olímpica

do atletismo dos Estados Unidos. Ela já havia

ultrapassado a marca do ex-velocista

jamaicano Usain Bolt, em 2019, e se tornado

a maior medalhista da história em

[120] Campeonatos Mundiais, apenas 10 meses

após o nascimento da filha. 

    Aliás, quando engravidou da filha,

Felix indignou-se quando seus patrocinadores

propuseram a redução de 70% dos seus

[125] ganhos. Não só expôs publicamente a

discriminação contra atletas grávidas e mães,

como liderou uma campanha nos Estados

Unidos, que aboliram contratos deste tipo no

país. Fica assim a lição dessas maravilhosas

[130 ] mulheres olímpicas, que nos remetem a

imagens incríveis como a protagonizada pela

atleta holandesa Sifan Hassan, que caiu, se

levantou e venceu uma eliminatória para a

prova dos 1.500 m do atletismo feminino.

VASCONCELOS, ADRIANA. O LEGADO FEMININO NAS OLIMPÍADAS DE TÓQUIO. Disponível em https://www.poder360.com.br/opiniao/olimpiada/o-legadofeminino-nas-olimpiadas-de-toquio-escreve-adrianavasconcelos. Acesso em 16 de agosto de 2021. (Texto adaptado.)

Atente para o que se diz sobre o trecho “Medalhistas essas que ajudaram o Brasil a ter, em Tóquio, o seu melhor desempenho em Olimpíadas, superando as 19 conquistadas no Rio de Janeiro em 2016. Das 21 medalhas trazidas na bagagem de volta para casa, 9 foram conquistadas por elas” (linhas 54- 60):

 

I. Há uma elipse, porque ocorre a supressão da palavra “medalhas” que deveria suceder o numeral 9.

II. A palavra “essas” recupera a palavra “Medalhistas” disposta antes.

III. “o seu” refere-se a Tóquio, para localizar o lugar onde o Brasil conquistou medalhas.

 

Está correto o que se afirma em

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