Explicaê

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Conheço esse gadinho de asa! Eles vivem p’ra lá e p’ra cá, aciganados, nunca que param de mudar… Às vezes passam os bandos, arrumadinhos em quina, parece que p’ra o vento não poder esparramar… E arribam em tempos, a ver que está tudo de combinação… […] Gente vê que eles estão não aguentando de ir, mas que não é capaz de terem sossego: ficam arando de asas, parece que tem alguém com ordem, chamando, chupando os pobres, de de longe, sem folgar… P’ra mim, muitos desses hão de ir caindo mortos, por aí… Não crê que tudo é o regrado esquisito, amigo?

(João Guimarães Rosa. “Duelo”. Sagarana, 1984.)

 

Chico Barqueiro, personagem do conto “Duelo”, descreve um momento da paisagem sertaneja. A sua descrição parece exprimir um argumento da filosofia escolástica medieval, que procura provar racionalmente a existência de Deus, considerando

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