Contextualização para o texto III
(Ronald de Carvalho foi um dos escritores brasileiros que tiveram participação ativa na famigerada Semana de Arte Moderna, na qual pronunciou a conferência intitulada “A pintura e escultura moderna no Brasil”. Era um poeta de tendência conservadora, “indeciso entre o Simbolismo e o Parnasianismo”, conforme diz Agripino Grieco e como denunciam suas duas primeiras obras — Luz Gloriosa e Poemas e sonetos. Em 1922, porém, publica Epigramas Irônicos e Sentimentais, onde se pode encontrar uma teoria do verso moderno. Segundo Júlio de Carvalho, Ronald de Carvalho mostra, nessa obra, haver adquirido “consciência de que o poeta rompe em cada poema com uma série de códigos: o da língua, o da arte poética, etc.”.)
TEXTO III
Literatura
Como são lindos os teus alexandrinos,
[180] que lindos são, solenes, elegantes...
“Sob o vivo clarão dos poentes purpurinos,
passam, movendo a tromba, os tardos
[elefantes”
São perfeitos os teus alexandrinos!
[185] Mas como têm mais graça as asas dessa
[abelha,
ou essa fúlvida centelha
que turbilhona sem parar!
Como são muito mais interessantes
[190] que aqueles negros, inúteis elefantes,
esses pares de andorinhas que volteiam
em curvas longas, lentas pelo ar...
Poeta, que lindos são os teus alexandrinos
perfilados, solenes, elegantes...
[195] “Sob o vivo clarão dos poentes purpurinos,
Passam, movendo a tromba, os tardos
[elefantes...”
(Ronald de Carvalho. Da obra Epigramas Irônicos e Sentimentais. In: Antologia da Poesia Brasileira. Porto: Lello & Irmão Editores, 1984. p. 20-21.)
Assinale V ou F conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações feitas sobre o poema:
( ) Os dois primeiros versos têm valor de afirmação.
( ) O texto pode ser considerado um metapoema.
( ) As aspas usadas nos versos 3 e 4 (Linhas 181-183) e nos versos 15 e 16 (Linhas 195- 197) justificam-se por corresponderem esses versos às vozes do outro.
( ) O emprego do mas no verso 6 (Linha 185) introduz uma oposição: a voz do poeta modernista opõe-se à voz do poeta parnasiano.
( ) O sujeito lírico desautoriza a palavra do poeta parnasiano, usando uma palavra semelhante à desse poeta.
( ) o enunciador fala ao enunciatário, que é o poeta passadista, na segunda pessoa do singular.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: