Texto base: A questão 6 baseia-se no poema a seguir. Floripa Floripa era uma tulipa
Era uma tulipa negra:
Alta, magra e negra. Não sei se é verdade, contam
Que ela dormia ao relento,
Na serra habitada de onças. Passam meses, entram meses,
Desapareceu Floripa.
De súbito reaparece
Nos seus largos passos rítmicos. Todos conhecem Floripa.
Floripa só fala com a sombra,
Fala, fala, gesticula,
Entre borboletas e cães. Os vestidos de Floripa
Lembram asas voando.
Negros membros esculpidos
Com planejamentos de onda. Floripa era louca mansa:
Por que será que os meninos
Apedrejavam Floripa? “Floripa”. In: O menino poeta. LISBOA, Henriqueta. São Paulo: Peirópolis, 2008, p. 46.
Enunciado:
No último verso, a forma verbal “apedrejavam” apresenta o fato como:
Questões relacionadas
- História - Fundamental | 05.3. Registros da história: a nossa cultura
Por Nádia Pontes
Inaldo Gamela ainda se recupera do tiro que levou na cabeça. Ele não sabe exatamente de onde partiu o disparo, mas acredita ter escapado da morte. "Eu caí depois que fui atingido, eles vieram atrás de mim. Queriam me matar. Mas consegui fugir", narra um dos líderes do povo indígena gamela sobre o confronto mais recente com fazendeiros no norte do Maranhão.
No dia do ataque, domingo 30, os indígenas faziam por conta própria a retomada de uma porção de terra que, segundo defendem, é tradicionalmente ocupada pelos gamela, mas está nas mãos de pecuaristas. A etnia, dada como extinta na década de 1940, quer recuperar sua história.
"Achamos uma certidão que mostra que nossas terras foram ‘doadas' pela Coroa em 1769", conta Inaldo. "Encontramos o registro de um processo dos indígenas contra fazendeiros em 1822 e uma venda das terras fraudada no cartório", adiciona o líder.
O histórico de fraudes, corrupção e grilagem quase calou para sempre os gamela. Em 2014, as lideranças iniciaram o processo para o reconhecimento de suas terras tradicionais junto à Funai (Fundação Nacional do Índio), que não progrediu desde então.
"Vemos um Estado anti-indígena, apesar de ter uma Constituição que garanta nossos direitos", menciona o capítulo 8 da Constituição, que reconhece os direitos originários sobre as terras tradicionalmente ocupadas por índios.
Fila de espera
O pedido de demarcação dos gamela, oficialmente, ainda não existe na base de dados da Funai, que acumula centenas de processos na fila de espera. O monitoramento feito pelo ISA (Instituto Socioambiental), que acompanha as informações divulgadas no Diário Oficial, aponta 704 pedidos – 480 foram concluídos, com terras indígenas demarcadas. [...]
Dentro e fora das áreas demarcadas, a disputa pela terra gera violência, aponta o relatório publicado anualmente pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Dos 71 confrontos registrados em 2015, a maioria ocorreu no Maranhão. Em todo o país, 137 indígenas foram assassinados naquele ano. De acordo com o texto, quais são os problemas enfrentados pelos índios gamela?
- Arte | 6.4 Tendências Contemporâneas
KAPROW, A. Yard: environments, situations, spaces. 1961. Sculputure Garden at Martha Jackson Gallery, Nova York.
KAYE, N.; STRICKLAND, R.; BUSHNELL, A. Deep Walls, 2003.Disponível em: www.snibbe.com. Acesso em: 10 nov. 2013.
Os registros fotográficos de Yard e Deep Walls apresentam uma característica comum a muitas obras de arte contemporânea, que se traduz no convite à
- Arte - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
MATERIAL
- Celular ou gravador de áudio
- Caixas de som
PROCEDIMENTOS
- O professor vai falar sobre a rádio dos velhos tempos e as mudanças que
aconteceram neste meio de comunicação até os dias de hoje.
Disponível:
www.itatiaia.com.br/blog/emanuel-carneiro/velhos-tempos-belos-dias
https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/historia-do-radio
- O rádio já foi o meio de comunicação mais importante da nossa sociedade, hoje é
pouco explorado pelas crianças. Vamos gravar um programa de rádio legal e divertido
com as músicas que as crianças mais gostam de ouvir.
- Selecione notícias de jornais ou revistas que mais se identifique com as crianças.
- Você pode usar as mesmas notícias do jogo do jornal para usá-las na rádio.
- Faça com que todas as crianças tenham a oportunidade de gravar uma notícia ou um
comentário.
- Use o celular ou o gravador para gravar as vozes das crianças.
- Selecione músicas que as crianças gostem.
- Faça uma playlist e adicione a caixinha de música no celular.
- Use as crianças como locutoras para informar as horas, as músicas que serão tocadas
e o nome dos próximos repórteres.
- Coloque para tocar de acordo com o script feito em sala.
- Incentive as crianças a darem um nome pra rádio.
Fonte: https://demonstre.com/10-atividades-de-meios-de-comunicacao/
RÁDIO: A ERA DA MÍDIA SONORA
- História | 1.6 Crise do Sistema Colonial e Ciclo da Mineração
(FGV) Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como procurador eleito por aquele povo aqui presente, venho intimar a vossa reverência, e mais religiosos assistentes no Maranhão, como justamente alterados pelas vexações que padece por terem vossas paternidades o governo temporal dos índios das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do espiritual como do temporal, então e não tem falta ao mau exemplo de sua vida, que por esta parte não tem do que se queixar de vossas paternidades; portanto, notifico a alterado povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio, e não saiam para fora dele para evitar alterações e mortes, que por aquela via se poderiam ocasionar; e entretanto ponham vossas paternidades cobro em seus bens e fazendas, para deixá-las em mãos de seus procuradores que lhes forem dados, e estejam aparelhados para o todo tempo e hora se embarcarem para Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes forem concedidas.
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão. 2ª Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360.
O movimento liderado por Manuel Beckman no Maranhão, em 1684, foi motivado pela:
- Língua Portuguesa | 1.07 Coesão Textual
(EFOMM) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões).
A PIPOCA
Rubem Alves
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo – porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista do tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa − voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão – sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! − e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma-te!" − dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas “piruá” é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida perdê-la-á.” A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp.Acessado em 31 de mai. 2016.
Obs.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico.
Analisando os mecanismos de coesão, assinale a opção em que o termo sublinhado NÃO retoma o termo antecedente, mas funciona como elemento sequencial ou de conexão.