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CORONEL
Roubaram! Socorro! Socorro! Roubaram o pé de cebolinha do Coronel Felício. Roubaram! (Pausa) Quem terá sido? Quem teve coragem de roubar o pé da mais preciosa cebolinha que existe no Brasil? Onde está o Gaspar? (à parte) Gaspar é o vigia da horta. (Chamando) Gaspar! Gaspar!... (Ouve-se um latido, e em seguida aparece Gaspar, um enorme cachorrão.) Gaspar, quem roubou o meu pé de cebolinha?
GASPAR
(Que não fala, mas que late com expressão humana, dando as inflexões necessárias) Uau... uau... (Corre até os últimos pés de cebolinha e cheira-os ruidosamente.)
CORONEL
Foi você quem comeu a minha cebolinha? (Gaspar late que não) Palavra de cachorro? (Gaspar late que sim) (Coronel, à parte) Estou na dúvida se cachorro tem ou não tem palavra. (a Gaspar) Então quem foi?
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MACHADO, Maria Clara. O rapto das cebolinhas. In: _____. Teatro I. 9. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1982. p. 55-56.
Um dos aspectos que permite categorizar esse fragmento como parte de um texto teatral é a presença: