Explicaê

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riatividade humana.

51. Espelho no cofre

De volta de uma longa peregrinação, um homem carregava sua compra mais preciosa adquirida na cidade grande: um espelho, objeto até então desconhecido para ele. Julgando reconhecer ali o rosto do pai, encantado, ele levou o espelho para sua casa.

Guardou-o num cofre no primeiro andar, sem dizer nada a sua mulher. E assim, de vez em quando, quando se sentia triste e solitário, abria o cofre para ficar contemplando “o rosto do pai”.

Sua mulher observou que ele tinha um aspecto diferente, um ar engraçado, toda vez que o via descer do quarto de cima. Começou a espreitá-lo e descobriu que o marido abria o cofre e ficava longo tempo olhando para dentro dele.

Depois que o marido saiu, um dia ela abriu o cofre, e nele, espantada, viu o rosto de uma mulher. Inflamada de ciúme, investiu contra o marido e deu-se então uma grave briga de família.

O marido sustentava até o fim que era o seu pai quem estava escondido no cofre.

Por sorte, passava pela casa deles uma monja. Querendo esclarecer de vez a discussão, ela pediu que lhe mostrasse o cofre.

Depois de alguns minutos no primeiro andar, a monja comentou, ainda lá de cima:

— Ora, vocês estão brigando em vão: no cofre não há homem nem mulher, mas tão somente uma monja como eu!

Anônimo. Duas histórias zen. In: COSTA, Flávio Moreira da. (Org.)

Os 100 melhores contos de humor da literatura universal. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p. 29.  


No contexto, o que gera o conflito é:

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