Texto base: Leia o texto a seguir. Por todo lado as pessoas lhe dirão isso, portanto o único remédio é também falarmos um pouco no assunto. “ A política é uma vergonha, uma imoralidade! Os políticos não têm ética! ”: Quantos milhões de vezes você já não ouviu coisas desse tipo? Como primeira norma, nestas questões de que estamos falando, o mais prudente é desconfiar de quem acha que sua “santa” obrigação consiste em sempre lançar raios e trovões morais contra as pessoas em geral, sejam elas, os políticos, as mulheres, os judeus, os farmacêuticos ou o pobre e simples ser humano tomado com espécie. A ética, como já dissemos, mas nunca é demais repetir, não é uma arma de tiro nem munição destinada a alvejar o próximo em sua autoestima, e muito menos o próximo em geral, como se os seres humanos fossem feitos em série, como donuts. A ética serve unicamente para tentarmos melhorar a nós mesmos, não para repreendermos eloquentemente nosso vizinho; e a única coisa que a ética sabe com certeza é que o vizinho, você, eu e os outros somos todos feitos artesanalmente, um a um, com amorosa diferença. [...] SAVATER, Fernando. Ética para meu filho. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p.155. (Fragmento)
Enunciado:
Qual é a ideia central do texto?
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(FESP) Considere um trem composto por 8 vagões. Se cada vagão carrega 18 carros e 25 motos, então o número de veículos que o trem está transportando é:
- Biologia | 4.3 Metabolismo Energético
(UNIFACS) A ideia da geoengenharia é minimizar o aquecimento global por meio de mecanismos artificiais de controle da incidência de radiação solar sobre a superfície terrestre e de sequestro do CO2 atmosférico, retido por plantas, terrestres e aquáticas, e em formações geológicas profundas. Dentre esses mecanismos, destacam-se:
Fertilização Oceânica
Semear compostos de ferro na superfície do mar para alimentar algas que, ao fazerem fotossíntese, retiram dióxido de carbono do ar, que será posteriormente utilizado na impregnação de suas membranas para formar “carapaças”, que se depositam no fundo do mar, quando elas morrem.
Clareamento Terrestre
Pintar de branco casas e estradas ou plantar vegetais mais claros, seria possível refletir parte da radiação solar que hoje aquece a Terra, ao incidir sobre superfícies mais escuras.
Fábricas de Nuvens
Borrifar no céu, usando navios, um “spray” de água do mar ou outras partículas que favorecem a agregação de gotículas d’água e a formação de nuvens refletoras. No mar tropical, isso reduziria a temperatura da água e evitaria furacões.
(NETZEL, 2012, p. 12)
A fertilização oceânica, a partir da “semeadura” de compostos de ferro na superfície do mar para alimentar algas, é uma opção plausível porque, ao realizarem fotossíntese, as algas:
- Língua Espanhola | 2. Gramática
El tabaquismo mata a más personas que — sida, — alcohol, — drogas ilegales y — accidentes de tráfico juntos. En una especie de lento suicidio colectivo, el consumo de cigarrillos provocó en 2012 la muerte de más de 60.500 personas en España, 166 hombres y 40 mujeres al día, según un estudio dirigido por Eduardo Gutiérrez Abejón. Más del 15% de las muertes ocurridas en España son atribuibles al tabaco.
- Geografia | A. Globalização
[1] A história da humanidade não pode ser dissociada da
história de seus parasitas. O primeiro Homo sapiens já os
encontrou prontos para o assalto, e o último não se despedirá
[4] da vida sem a presença deles. A relação entre seres humanos e
parasitas nunca foi amistosa, quando muito, tolerada. A
expressão mais desastrosa de nossa relação com tais
[7] organismos são as epidemias — ou pandemias, quando em
escala global —, que já dizimaram populações ao longo do
tempo, chegando a alterar o curso da História. A AIDS e a
[10] SARS têm muitas características em comum: seus agentes são
vírus que romperam a barreira biológica entre animais e seres
humanos e se disseminaram graças a brechas nos sistemas
[13] nacionais e internacionais de vigilância. São produtos da
globalização, e seus efeitos políticos, econômicos e sociais são
devastadores.
J. A. Favaretto, H. Trebbi. Globalização dissemina as epidemias por todo o planeta. In: Boletim Mundo: geografia e política internacional, out./2003. Internet: (com adaptações).
Tendo como referência o texto acima, julgue o item..
A maior parte da circulação de informações e de capitais tem ocorrido, de forma instantânea e em escala planetária, nas denominadas cidades globais
- Língua Portuguesa | 1.08 Figuras de Linguagem
Luciana
Ouvindo rumor na porta da frente e os
passos conhecidos de tio Severino, Luciana
ergueu-se estouvada, saiu do corredor,
entrou na sala, parou indecisa, esperando
que a chamassem. Ninguém reparou nela.
Papai e mamãe, no sofá, embebiam-se na
palavra lenta e fanhosa de tio Severino,
homem considerável, senhor da poltrona. O
que ele dizia para a família tinha força de lei.
Luciana quis aproximar-se das pessoas
grandes, mas lembrou-se do que lhe tinha
acontecido na véspera. Andara com mamãe
pela cidade, percorrera diversas ruas,
satisfeita. Num lugar feio e escorregadio,
onde a água da chuva empoçava, resistira,
acuara e caíra no chão, sentara-se na lama,
esperneando e berrando. Em casa, antes de
tirar-lhe a camisa suja, mamãe lhe infligira
três palmadas enérgicas. Por quê? Luciana
passara o dia tentando reconciliar-se com o
ser poderoso que lhe magoara as nádegas.
Agora, na presença da visita, essa criatura
forte não anunciava perigo.
Luciana aproximou-se do sofá nas
pontas dos pés, imitando as mulheres que
usam sapato alto. Convidava a irmã para
brincar de moça, mas acabava arranjando-se
só. E lá ia ela remedando um pássaro que se
dispõe a voar, inclinada para a frente, os
calcanhares apoiados em saltos enormes e
imaginários. Assim aparelhada, chamava-se
D. Henriqueta da Boa-Vista.
Tio Severino era notável: vermelho,
tinha maçarocas brancas no rosto, o beiço e
o queixo rapados, a testa brilhante,
sobrancelhas densas e óculos redondos.
Entre os dentes amarelos, a voz escorria
pausada, nasal, incompreensível. Luciana
percebia as palavras, mas não atinava com a
significação delas. Rondou por ali um
instante, mas fatigou-se. E ia esgueirar-se
para o corredor, quando algumas sílabas da
conversa indistinta lhe avivaram a recordação
de outras sílabas vagas, largadas por um
moleque na rua. Repetiu bem alto as
palavras do moleque.
– Esta menina sabe onde o diabo dorme.
Luciana teve um deslumbramento. O
coraçãozinho saltou, uma alegria doida
encheu-a. Sentiu-se feliz e necessitou
desabafar com alguém. Cruzou a sala.
Espalhou as revistas e as bonecas, pôs-se a
dançar em cima delas. Regressou, muito
leve, boiando naquela claridade que a
envolvia e penetrava.
– Esta menina sabe onde o diabo dorme.
Tio Severino tinha feito uma revelação
extraordinária, e Luciana devia comportar-se
como pessoa que sabe onde o diabo dorme.
Ouvindo rumor na porta da frente e os
passos conhecidos de tio Severino, Luciana
ergueu-se estouvada, saiu do corredor,
entrou na sala, parou indecisa, esperando
que a chamassem. Ninguém reparou nela.
Papai e mamãe, no sofá, embebiam-se na
palavra lenta e fanhosa de tio Severino,
homem considerável, senhor da poltrona. O
que ele dizia para a família tinha força de lei.
Luciana quis aproximar-se das pessoas
grandes, mas lembrou-se do que lhe tinha
acontecido na véspera. Andara com mamãe
pela cidade, percorrera diversas ruas,
satisfeita. Num lugar feio e escorregadio,
onde a água da chuva empoçava, resistira,
acuara e caíra no chão, sentara-se na lama,
esperneando e berrando. Em casa, antes de
tirar-lhe a camisa suja, mamãe lhe infligira
três palmadas enérgicas. Por quê? Luciana
passara o dia tentando reconciliar-se com o
ser poderoso que lhe magoara as nádegas.
Agora, na presença da visita, essa criatura
forte não anunciava perigo.
Luciana aproximou-se do sofá nas
pontas dos pés, imitando as mulheres que
usam sapato alto. Convidava a irmã para
brincar de moça, mas acabava arranjando-se
só. E lá ia ela remedando um pássaro que se
dispõe a voar, inclinada para a frente, os
calcanhares apoiados em saltos enormes e
imaginários. Assim aparelhada, chamava-se
D. Henriqueta da Boa-Vista.
Tio Severino era notável: vermelho,
tinha maçarocas brancas no rosto, o beiço e
o queixo rapados, a testa brilhante,
sobrancelhas densas e óculos redondos.
Entre os dentes amarelos, a voz escorria
pausada, nasal, incompreensível. Luciana
percebia as palavras, mas não atinava com a
significação delas. Rondou por ali um
instante, mas fatigou-se. E ia esgueirar-se
para o corredor, quando algumas sílabas da
conversa indistinta lhe avivaram a recordação
de outras sílabas vagas, largadas por um
moleque na rua. Repetiu bem alto as
palavras do moleque.
– Esta menina sabe onde o diabo dorme.
Luciana teve um deslumbramento. O
coraçãozinho saltou, uma alegria doida
encheu-a. Sentiu-se feliz e necessitou
desabafar com alguém. Cruzou a sala.
Espalhou as revistas e as bonecas, pôs-se a
dançar em cima delas. Regressou, muito
leve, boiando naquela claridade que a
envolvia e penetrava.
– Esta menina sabe onde o diabo dorme.
Tio Severino tinha feito uma revelação
extraordinária, e Luciana devia comportar-se
como pessoa que sabe onde o diabo dorme.
de saber. Descobriria o lugar onde o diabo
dorme. Dona Henriqueta da Boa-Vista se
largaria pelo mundo, importante, os
calcanhares erguidos, em companhia de
seres enigmáticos que lhe ensinariam a
residência do diabo. Mais tarde seu Adão a
embarcaria na carroça: – “Foi um dia uma
princesa bonita que tinha uma estrela na
testa”. Luciana recusava as princesas e as
estrelas. Seu Adão coçaria o pixaim,
encolheria os ombros. Levá-la-ia para a
gaiola. Mamãe recebê-la-ia zangadíssima. E
daria, quando seu Adão se retirasse, várias
chineladas em Dona Henriqueta da Boa-Vista.
Sem dúvida. Mas isso ainda estava muito
longe – e Luciana aborrecia tristezas.
(Graciliano Ramos. Luciana. In: Insônia. Record 14ª Ed. Rio, São Paulo: 1978. p. 61-68. Texto adaptado.)
O conteúdo denotativo de uma palavra corresponde ao seu sentido usual, isto é, próprio, não figurado, não metafórico. Nessa perspectiva, o sentido dessa palavra é o mesmo para todos os membros de uma mesma comunidade linguística. “Uma palavra assim empregada é entendida independentemente de interpretações individuais, interpretações de natureza afetiva ou emocional. Se, no entanto, a significação de uma palavra não é a mesma para certa comunidade linguística; se a palavra não sugere ou evoca por associação outras ideias de ordem abstrata, de natureza afetiva ou emocional, então se diz que seu valor, i. e., seu sentido, é conotativo ou afetivo”.
(Othon Moacyr Garcia)
Leia com atenção os seguintes excertos:
1. “E lá ia ela remedando um pássaro que se dispõe a voar” (linhas 28-29);
2. “Luciana recusava as princesas e as estrelas. Seu Adão coçaria o pixaim, encolheria os ombros. Levá-la-ia para a gaiola. Mamãe recebê-la-iazangadíssima” (linhas 133-136).
Compare as duas expressões destacadas nos excertos acima, e assinale com V o que for verdadeiro e com Fo que for falso.
( ) Os dois enunciados constituem metáforas.
( ) O verbo remedar, da maneira como foi empregado no texto, equivale à partícula comparativa como.
( ) Deve-se considerar os dois enunciados como duas imagens independentes que fecham o sentido do conto.
( ) O primeiro enunciado, “E lá ia ela remedando um pássaro que se dispõe a voar” fala do desejo de liberdade que caracterizava Luciana.
( ) O segundo enunciado, “Levá-la-ia para a gaiola”, fecha a imagem iniciada pelo primeiro, exprimindo a recusa da satisfação desse desejo.
( ) O texto, como um único signo, isto é, um todo formado por significante (aspecto material e significado (representação mental) fecha-se com a legitimação da sujeição e com a não deslegitimação da liberdade.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: