A palavra
[...] Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci.
[...] Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um pouco as suas choupanas e as suas remotas esperanças.
BRAGA, Rubem. 200 Crônicas escolhidas. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 1988. p. 247-8.
Releia o trecho:
“E isso fizesse bem ao coração do povo;”
No fragmento acima, o pronome “isso” retoma uma passagem do texto. Assinale-a.