Leia o texto.
Do Diário de Mamãe
Querido diário,
Hoje eu não ia escrever. Você sabe que eu sempre digo que não vou escrever nada na manhã do Dia das Mães, mas acabo mudando de ideia, acho que é um preparo psicológico importante. As sessões de análise não adiantaram nada, só me forneceram algumas palavras para designar as minhas neuras, que por sinal agora atendem todas as vezes em que são chamadas por seus nomes freudianos. Antigamente, quando eu não as conhecia tão cientificamente, elas eram menos metidas, tinham pelo menos um certo pudor, não ficaram tão assim emergentes, minhas neuras hoje são umas peruas emergentes insuportáveis. Diário é muito melhor do que análise, não dá palpite nem fornece status à nossa maluquice. Aconselho.
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UBALDO, João Ribeiro. O Conselheiro Come,
Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2000, p. 166.
No trecho “Antigamente, quando eu não as conhecia tão cientificamente”, o autor pretende