Quando uma criança nascia, o pai não tinha direito de criá-la: devia levá-la a um lugar chamado lesche. Lá assentavam-se os anciãos da tribo. Eles examinavam o bebê. Se o achavam bem encorpado e robusto, eles o deixavam. Se era mal nascido e defeituoso, jogavam-no. Julgavam que era melhor, para ele mesmo e para a cidade, não deixar viver um ente que, desde o nascimento, não estava destinado a ser forte e saudável. A educação era um aprendizado de obediência. Os anciãos vigiavam os jogos das crianças. Não perdiam uma ocasião para suscitar entre eles brigas e rivalidades. Tinham assim meios de escutar, em cada um, as disposições naturais para a audácia e a intrepidez na luta. Ensinavam a ler e escrever apenas o estritamente necessário. O resto da educação visava acostumá-los à obediência, torná-los duros à adversidade e fazê-los vencer no combate.
PLUTARCO. A vida de Licurgo. Adaptado
O texto fala sobre o sistema educacional de uma pólis grega. Esse sistema