Explicaê

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Ó pai, ó: chegou Natal!

Já fazia um calorão danado dia desses amanhecendo em Lagoa José Luís, próximo a Vitória da Conquista, na Bahia, quando um choque de caminhões na estrada que corta o lugarejo espalhou por toda a pista a carga de picolés que um deles transportava.

O saque, no caso, além de inevitável é até recomendável para que o sorvete não vire em instantes lambança no asfalto. Deve ter sido um dia inesquecível para a garotada da região.

Daria um belo conto de Natal, como tantos outros escritos nesta época do ano em que todo mundo se toca um pouco com os pobrezinhos nascidos em Belém, em São Paulo, no Rio, Minas, Pernambuco, Bahia…

Imagine os baianinhos despertados pelo desastre com a sensação de ter ouvido a freada de um trenó. De repente uma gritaria anuncia a montanha de delícias geladas deixada pelo caminho, a ceia de Natal jamais sonhada pelas crianças daquela região castigada pelo Sol.

Lambuzadas à beira da estrada, pareciam tão felizes quanto Sasha, a filha da Xuxa, que na véspera faturou um Audi zerinho numa rifa de Natal beneficente. Enfim, o mundo não é justo, mas Papai Noel não tem nada a ver com isso! Feliz Natal a todos!

(Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/tutty/o-pai-o-chegou-natal/>. Acesso em: 22 dez. 2012.)

A expressão  daquela região, empregada no quarto parágrafo, retoma



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