Textos para a questão.
Texto 1
Acesso sem qualidade
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Mesmo nos tempos atuais, em que a inovação tecnológica nos surpreende diariamente, onde há modernização de processos e evolução constante do pensamento social, ainda convivemos com um grande problema que impede o pleno desenvolvimento do nosso país: a falta de investimento na área educacional, gerando a má qualidade do ensino.
Nos últimos anos, diversos esforços para aumentar o acesso dos brasileiros à educação foram feitos, é preciso reconhecer. A criação de universidades públicas, escolas técnicas e disponibilidade de bolsas parciais ou integrais representaram um grande avanço. Mas essas ações, além de ignorarem o quesito qualidade, focaram no ensino técnico ou superior, de responsabilidade do governo federal, enquanto a educação básica, de responsabilidade de estados e municípios, recebeu investimentos bem mais modestos. E assim, os pontos mais fracos do ensino público brasileiro continuam a ser os ensinos fundamental e médio. [...]
Neste sentido, a educação de qualidade pode ser vista como mais um bem onde o acesso é privilégio de poucos. Quebrar esse conceito é parte fundamental do processo de diminuição da desigualdade social e econômica no país, e está associado diretamente com a maior produção de riquezas e do desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Jornal da Manhã. Ijuí, 23/12/2015. Disponível em: <www.jmijui.com.br/publicacao-22000-Acesso_sem_qualidade.fire>. Acesso em: 2 abr. 2017.
Texto 2
Educação patina em gestão ineficiente
Dificuldades no equacionamento de demandas educacionais, relativas ao ensino em si ou relacionadas a investimentos públicos no setor, não são novidade. O Brasil tem um contencioso crônico que os números sistematicamente apontam. Em geral, soluções sugeridas para enfrentar os problemas passam pelo mantra de que, para se desenvolver, a educação precisa ser irrigada por mais verbas. Criterioso, o estudo da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] tem substância para, por meio de análises mais profundas, mostrar que essa é, no máximo, uma meia-verdade — ou uma meia-mentira. Assim como consagra a facilidade da frieza dos números, o levantamento fornece combustível também para pôr em xeque esse tipo de solução mágica.
O gasto público em educação básica no Brasil tem se situado, nesta década, na média de 5,6% do PIB (a meta é 10%). Parece pouco, mas é um índice superior à média da OCDE (4,7%), e o quinto maior entre os países e parceiros da organização com dados disponíveis. E, reconhecidamente, fatias cada vez maiores do orçamento total são destinadas ao setor. Ou seja, a irrigação não é insuficiente; o que visivelmente falta é melhorar a colheita. Cai-se no terreno da gestão. O país aplica mal as verbas destinadas à educação, é evidente. A atenção dada, por exemplo, ao ensino básico continua falha, apesar dos avanços, e isso se reflete em toda a cadeia de ensino.
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O Globo. 28/11/2015. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/opiniao/
educacao-patina-em-gestao-ineficiente-18164446>. Acesso em: 2 abr. 2017.
Vocabulário:
Mantra – na cultura indiana, fórmula (sílaba, palavra ou verso) pronunciada repetidamente.
Assinale a afirmação correta sobre os dois editoriais.