O trabalhador injustiçado
Papai Noel foi contratado para distribuir brinquedos na festa de Natal dos trabalhadores. Ao ver o Ministro do trabalho, expôs-lhe a situação:
— Ministro, nossa profissão ainda não foi regulamentada. Faça alguma coisa por nós.
— Como, se você e seus colegas só trabalham alguns dias por ano?
— Perdão, mas, ainda que fosse um dia apenas, é trabalho regular, e em condições desfavoráveis. Ser Papai Noel na Europa é fácil, aqui o senhor não faz ideia. Além disso, passamos o ano inteiro à espera do Natal, com capacidade ociosa.
O Ministro prometeu estudar o caso, mas acabou indeferindo a petição, com fundamento em parecer da assessoria, segundo a qual Papai Noel não existe.
(ANDRADE, Carlos Drummond. “Histórias para o rei”. In: Mineiramente Drummond. Contos 1.
Rio de Janeiro: Record, 2007, 10ª ed.)
O texto que você leu é narrado