A Arte Povera: Quando o crítico de arte italiano Germano Celant utilizou pela primeira vez esta designação "Arte Povera", em 1967, referindo-se à participação de uma geração de artistas de vanguarda, entre Turim e Roma , o famoso "milagre italiano"- como, era conhecido o dinamismo econômico da Itália do pós guerra - vivia a hora da recessão.
Depois da industrialização acelerada e da euforia de consumo provocada por um modelo importado dos USA, a Itália entrava, por volta do inicio dos anos 60, em depressão econômica, com profundos desequilíbrios sociais e conflitos políticos.
É nesse clima de crise, que sopra um vento libertário, uma explosão artística existencial, anarco-utópica, a por em questão a sociedade e a arte como intervenção direta.
No cinema, Pasolini, na literatura, Italo Calvino e Umberto Eco, no teatro, estreitam-se relações entre performance plástica e ação cênica, o Living Theatre onipresente nas cidades de Itália.
Germano Celant resume a fórmula " Arte povera + azioni povere " (arte pobre + ação pobre). Afirmando-se especificamente como manifestação europeia, a "Arte Povera" refere-se a uma aventura intelectual e artística cujos fundamentos ideológicos estão em oposição às propostas formalistas e consumistas da arte americana e traduz uma atitude moral, uma posição crítica, ética e política.
A "Arte Povera" - segundo as palavras de Celant - "significa disponibilidade e anti-iconografia, introdução de elementos e imagens perdidas, vindas do quotidiano e da natureza". É uma nova energia que se reclama das intenções da existência, da realidade dos elementos e do Homem.
Os artistas exprimem-se essencialmente realizando instalações onde utilizam materiais orgânicos, simples, "pobres", querendo elevar as coisas mais banais e mais insignificantes ao nível da arte
É como "um vasto campo de convergências" onde se encontram ao mesmo tempo textos de artistas e obras de um conjunto de criadores - então desconhecidos, hoje solicitados pela cena artística internacional: Giovanni Anselmo, Alighiero Boetti, Calzolari, Luciano Fabro, Jannis Kounellis, Mario Merz, Marina Merz, Giulio Paolini, Pino Pascali, Giuseppe Penone, Michelangelo Pistoletto e Gilberto Zorio , etc
http://galeriadearte.vilabol.uol.com.br/HistoriadaArte/11/Sala11.htm
Converse com a turma a respeito do uso de diferentes materiais na Arte. Peça que pesquisem para aprofundar nesse assunto, em livros, revistas, jornais e sites. Abra uma roda de discussão para que os alunos possam trocar as informações pesquisadas, aproveite para compartilhar o texto acima e enfatize o contexto histórico em que começou-se a usar diversos materiais diferentes na produção da arte contemporânea. Proponha aos alunos que confeccionem objetos do cotidiano, como por exemplo, um jogo americano, mas que seja inspirado na arte povera, no uso de materiais aproveitados. Aproveite para comentar que esse trabalho pode ser o primeiro de vários, que eles podem mudar olhar para as coisas que descartamos tão facilmente, que muitas coisas que consideramos “lixo” podem se transformar em objetos de arte utilitários.