Leia o poema.
A Avó
A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha! ...
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala...
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando...
A velha acorda sorrindo.
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.
Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos doirados*.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
“Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!” [...]
*Doirados: O mesmo que dourados.
Disponível em: <;http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/poesias_infantis_de_olavo_bilac-
1.htm#Aav%C3%B3>. Acesso em: 15 mai. 2015. (Fragmento)
Os versos que descrevem a reação da avó diante do pedido de um dos netos são: