Leia o texto a seguir.
O proletariado , que já era, no século XIX, o herdeiro da filosofia, tornou-se agora, além disso, o herdeiro da arte moderna e da primeira crítica consciente da vida cotidiana. Ele não pode se suprimir sem realizar, ao mesmo tempo, a arte e a filosofia. Transformar o mundo e mudar a vida são para ele a única e a mesma coisa, as palavras de ordem inseparáveis que acompanharão sua supressão, como classe, a dissolução da sociedade presente, como reino da necessidade, o acesso enfim possível ao reino da liberdade. A crítica radical e a livre reconstrução de todas as condutas e valores impostos pela realidade alienada são seu programa máximo, e a criatividade liberada na construção de todos os momentos e eventos da vida é a única poesia que ele irá reconhecer, a poesia feita para todos, o início da festa revolucionária.”
A miséria do meio estudantil. In: Situacionista: teoria e prática da revolução, São Paulo: Conrad editora, 2002. Pág. 58 – 59.
O texto citado denominado a Miséria do meio estudantil foi publicado em 1966 e trata, entre outros assuntos, do papel do proletariado (grupo dos trabalhadores de uma nação) frente à necessidade transformação social naquele momento da História. De fato considerou-se esse texto um dos pontos de partida para a movimentação social e política ocorrida em maio de 1968.
Ao analisarmos o texto como documento histórico, verificamos que a natureza do tipo de mudanças desejadas naquele momento era a