A MÁQUINA MALUCA
Na nossa rua tinha um cientista, o professor Batista.
Vocês sabem o que é um cientista? Pois é uma pessoa que sabe muitas coisas. E as que não sabe, inventa.
O nosso cientista, professor Batista, sabia mil coisas. E as que ele não sabia, inventava. Pois o professor Batista, além de cientista, era inventor.
O professor Batista tinha um sobrinho, o Maneco. O Maneco adorava visitar o laboratório do tio.
Vocês sabem o que é um laboratório? Pois um laboratório é onde o cientista inventa suas invenções.
Maneco adorava espiar o laboratório do professor Batista. E era muito amigo do Waldisney, o assistente do cientista.
Naquele dia, quando o Maneco chegou ao laboratório, quem abriu a porta foi o Waldisney:
- Ih, Maneco, o professor hoje está muito ocupado. Ele está trabalhando num projeto muito importante.
- Puxa, Waldisney, será que eu posso dar uma espiada?
- Pode, sim, Maneco, mas não faça barulho. Não atrapalhe o seu tio.
O professor estava montando uma máquina enorme.
- Bom dia, titio. Pra que serve esta máquina enorme
- Esta é a máquina Faz-tudo, Maneco. Mas fique quietinho. O titio está trabalhando.
- Mas faz tudo mesmo?
- Faz, sim. Vou vender para o governo. Quando esta aparelhagem começar a funcionar, ninguém mais vai precisar trabalhar.
Vieram os homens do governo ver a máquina. O professor ligou a trapizonga. Que maravilha! A máquina fazia tudo mesmo!
Acendia e apagava as luzes da rua, fazia os ônibus andarem pra baixo e pra cima. Fazia pão e engarrafava o leite. Fazia os aviões subirem e descerem, controlava a água das casas e os elevadores dos prédios.
Os homens do governo adoraram:
- Vai ser uma nova Era para a humanidade, ninguém mais vai precisar trabalhar.
- Viva o professor Batista, o maior cientista!
E a máquina começou a trabalhar e todo o mundo começou a vadiar.
Os cinemas ficaram cheios e os parques de diversão também.
Mas a máquina começou a ficar exigente. Com sua voz rouca de máquina, ela dizia:
- Eu quero que me tragam 20.000 latas de goiabada.
(...)
- Eu quero 1.000 litros de perfume francês...
(...)
- Eu quero uma fantasia de carnaval...
(...)
Tantas coisas foi pedindo a máquina que a cidade inteira trabalhava para ela.
Filas de caminhões alinhavam-se em frente ao laboratório do professor, descarregando as coisas que a máquina pedia.
E, quando não atendiam logo, a máquina ficava furiosa e fazia uma porção de maluquices. Cortava a água das casas, atrapalhava o trânsito, parava de fazer pão. E todo mundo tinha que correr para atender às vontades, cada vez mais complicadas da máquina.
(...)
(Fonte: ROCHA, Ruth. A máquina maluca. São Paulo, Moderna, 2010.)
a) Qual era o projeto importante em que o professor Batista estava trabalhando?
b) No texto são dadas informações sobre esse projeto. ESCREVA um parágrafo, descrevendo-o. Conte quais eram os planos do professor Batista.