Explicaê

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Leia o texto a seguir para responder à questão.

Eu, Etiqueta

Carlos Drummond de Andrade

Em minha calça está grudado um nome

que não é meu de batismo ou de cartório,

um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida

que jamais pus na boca, nesta vida.

Em minha camiseta, a marca de cigarro

que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produto

que nunca experimentei

mas são comunicados a meus pés.

[...]

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

minha gravata e cinto e escova e pente,

meu copo, minha xícara,

minha toalha de banho e sabonete,

meu isso, meu aquilo,

desde a cabeça até o bico dos sapatos,

são mensagens,

letras falantes,

gritos visuais,

ordem de uso, abuso, reincidência,

costume, hábito, premência,

indispensabilidade,

e fazem de mim homem-anúncio itinerante,

escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

[...]

ANDRADE, Carlos Drummond de. O Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984. Adaptado.  

A expressão “homem-anúncio”, usada no poema, indica:

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