Ladainha
Por se tratar de uma ilha deram-lhe o nome
de ilha de Vera Cruz.
Ilha cheia de graça
Ilha cheia de pássaros
Ilha cheia de luz.
[...]
Ilha verde onde havia
mulheres bonitas e nuas
anhangás a sonhar com histórias de luas
e cantos bárbaros de pajés em poracés batendo os pés.
Mas como houvesse, em abundância,
certa madeira cor de sangue cor de brasa
e como o fogo da manhã selvagem
fosse um brasido no carvão noturno da paisagem,
e como a Terra fosse de árvores vermelhas
e se houvesse mostrado assaz gentil,
deram-lhe o nome de Brasil.
[...]
RICARDO, Cassiano. In: Antologia ilustrada da poesia brasileira: para crianças de qualquer idade.
2. ed. Adriana Calcanhotto (org. e ilust.). Rio de Janeiro:
Edições de Janeiro, 2014. p. 38-39.
Vocabulário:
anhangás – entes que trazem desgraças.
poracés – danças religiosas dos índios tupis.
Releia:
“e como o fogo da manhã selvagem
fosse um brasido no carvão noturno da paisagem”
A frase em que o infinitivo do verbo destacado é o mesmo que o grifado nos versos acima é: